10/Dec/2025
Os contratos futuros do açúcar demerara fecharam em queda nesta terça-feira (09/12) na Bolsa de Nova York, acompanhando a pressão renovada dos fundamentos de oferta e o impacto cambial. O vencimento março recuou 15 pontos (1,01%), e fechou a 14,67 centavos de dólar por libra-peso. O mercado foi pressionado por sinais de oferta mais robusta nos principais polos produtores. Na Índia, a produção avançou 43% nos dois primeiros meses da safra, alcançando 4,1 milhões de toneladas, o que reforça a disponibilidade imediata no mercado asiático. No Brasil, dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica) confirmaram alta de 2% na produção acumulada do Centro-Sul, contribuindo para um ambiente global de maior oferta.
No lado macro, o açúcar também encontrou pressão no câmbio: o Real recuou, movimento que tende a estimular vendas externas por parte dos produtores brasileiros, ampliando a oferta no mercado internacional e reforçando o viés baixista. Além disso, o ambiente de preços já vinha fragilizado pelas margens mais apertadas para os exportadores. Apesar da queda, analistas destacam que as cotações encontram resistência técnica e fundamental próximas dos níveis de custo de produção. Os preços atuais são considerados insustentáveis no longo prazo, o que pode levar usinas a redirecionarem parte do mix para o etanol na próxima safra, fator que poderia reduzir a oferta futura de açúcar e limitar novas desvalorizações.