10/Dec/2025
Segundo a Fitch Ratings, a perspectiva para o setor de açúcar e etanol da América Latina em 2026 é neutra, impulsionada por fundamentos mistos. A agência projeta o açúcar a 18,00 centavos de dólar por libra-peso, enquanto o etanol deve registrar preços levemente menores, embora sustentados pela ampliação da capacidade produtiva. Para o Brasil, o hidratado é estimado em R$ 2,51 por litro no próximo ano. O Brent é projetado em US$ 65,00 por barril, sinalizando gasolina com preços mais baixos e potencial pressão sobre a competitividade do biocombustível.
A produção global de açúcar 2025/2026 deve atingir 189,6 milhões de toneladas, alta de 4% ante o ciclo anterior, com maior oferta principalmente de Brasil e Índia. O avanço reduz riscos de déficit e mantém um viés baixista para os preços, ainda condicionado ao clima e a políticas públicas nos principais produtores. A rentabilidade das empresas seguirá desigual. Os produtores de etanol de milho devem preservar margens adequadas frente aos custos projetados do grão, enquanto o desempenho das usinas de cana-de-açúcar dependerá da estratégia de originação, diversificação de receitas, gestão de hedge e efeitos climáticos sobre produtividade e ATR.
No campo financeiro, a expectativa é de que a alavancagem se mantenha estável nos próximos 12 a 18 meses, com investimentos focados em manutenção e expansões seletivas. O fluxo de caixa livre deve migrar de negativo para neutro, pressionado por juros, investimentos e logística. Entre os movimentos corporativos, a Fitch cita o plano de desalavancagem da Raízen via venda de ativos, além da construção da quarta planta de etanol de milho da FS em Mato Grosso. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.