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09/Dec/2025

Açúcar: preços em baixa neste início de dezembro

Em São Paulo, após esboçarem certa reação no final de novembro, os preços do açúcar cristal branco estão em baixa neste início de dezembro. O Indicador CEPEA/ESALQ (cor Icumsa de 130 a 180) retornou à casa dos R$ 107,00 por saca de 50 Kg. Esse movimento de queda é observado mesmo diante de um cenário de maior liquidez, evidenciando que o aumento no volume transacionado não tem se traduzido em elevação nos preços, além da consolidação de uma posição mais favorável aos compradores. A média do Indicador CEPEA/ESALQ é de R$ 108,04 por saca de 50 Kg, alta de 1,05% nos últimos sete dias (ante R$ 106,91 por saca de 50 Kg).

Na comparação com semana equivalente de 2024, a retração é de expressivos 34%, em termos nominas. A presença mais ativa da indústria compradora, antecipando suas necessidades para o período de maior demanda associado às festas de final de ano, confere maior dinâmica às negociações. Contudo, essa presença se dá sob uma estratégia clara de barganha por preços menores, aproveitando-se da oferta relativamente abundante do produto no mercado. A capacidade de negociação dos compradores industriais é reforçada pela percepção generalizada de que não há risco de desabastecimento mesmo com o encerramento gradual da moagem da safra 2025/2026.

Do lado da oferta, tanto as usinas quanto os atacadistas têm demonstrado baixo apetite para a manutenção de estoques elevados durante a entressafra. Essa postura reflete principalmente dois fatores macroeconômicos relevantes: as altas taxas de juros vigentes no Brasil e a necessidade de realização de caixa. O custo de carregamento de estoques em um ambiente de juros elevados torna economicamente desfavorável a retenção de produto, incentivando as vendas antecipadas mesmo a preços menos favoráveis. A estratégia de realização financeira ganha relevância adicional quando considerado que muitos agentes do setor enfrentam compromissos financeiros e necessidade de capital de giro para a preparação da próxima safra.

Nesse contexto, converter produto em receita imediata, ainda que com margens comprimidas, pode ser mais vantajoso do que esperar por eventuais valorizações futuras que permanecem incertas. No âmbito internacional, a despeito da taxa de câmbio estimulante às exportações brasileiras de açúcar, o Brasil embarcou 3,302 milhões de toneladas da commodity em novembro/2025, volume 2,6% inferior ao registrado no mesmo mês de 2024. No acumulado de janeiro a novembro de 2025, as exportações brasileiras de açúcar somaram 30,915 milhões de toneladas, retração de 12,7% em relação a igual intervalo de 2024.

A receita acumulada foi de US$ 13,156 bilhões, queda de 23,73% ante os US$ 17,249 bilhões registrados nos onze primeiros meses do ano anterior. Os dados evidenciam que a redução na receita foi proporcionalmente maior que a queda no volume embarcado, consequência direta da deterioração dos preços internacionais do açúcar ao longo do ano. Na Bolsa de Nova York, o contrato Março/2026 do açúcar demerara está cotado a 14,80 centavos de dólar por libra-peso, desvalorização de 2,7% nos últimos sete dias. Em São Paulo, no atacado, o Indicador do Cristal Empacotado está cotado a R$ 14,20 por saca de 5 Kg, queda de 0,76% nos últimos sete dias. O açúcar refinado amorfo está cotado a R$ 3,48 por saca de 1 Kg, baixa de 1,05% no mesmo período. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.