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08/Dec/2025

OMS cria diretriz para “caneta” contra a obesidade

A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou na semana passada a primeira diretriz sobre o uso de medicamentos agonistas de GLP-1, mais conhecidos como canetas para tratamento da obesidade. A nova orientação reconhece que a obesidade é uma doença crônica que pode ser tratada com cuidado abrangente e contínuo. Considerada uma doença complexa, a obesidade é um dos principais fatores de risco para problemas cardiovasculares, diabete tipo 2 e alguns tipos de câncer, entre outras enfermidades. A condição também contribui para piores desfechos em casos de doenças infecciosas. De acordo com a OMS, a obesidade esteve associada a 3,7 milhões de mortes em 2024, e a previsão é de que o número de pessoas com a doença possa dobrar até 2030 caso não sejam adotadas medidas contundentes. A obesidade é um grande desafio global de saúde que a OMS está empenhada em enfrentar, apoiando países e pessoas em todo o mundo para controlar a doença de forma eficaz e equitativa.

Em setembro deste ano, a OMS já havia incluído agonistas de GLP-1 na lista de medicamentos essenciais para o manejo da diabete tipo 2 em grupos de alto risco. O documento apresenta duas declarações norteadoras. A primeira diz que “a obesidade requer cuidados ao longo da vida, começando com a avaliação clínica e o diagnóstico precoce”. Essa orientação é seguida por uma recomendação considerando as evidências disponíveis sobre a liraglutida (Victoza e Saxenda), a semaglutida (Ozempic e Wegovy) e a tirzepatida (Mounjaro): em adultos com obesidade, os agonistas do receptor GLP-1 ou os agonistas duplos GIP/GLP-1 podem ser usados como tratamento de longo prazo. Os especialistas ponderam que há necessidade de mais evidências sobre os benefícios relativos e os potenciais danos associados ao uso da terapia com GLP-1 em tratamentos de longa duração, um dos motivos para a recomendação ser condicional.

Outra recomendação condicional diz que “em adultos com obesidade que recebem prescrição de agonistas do receptor GLP-1 ou agonistas duplos de GIP/GLP-1, a terapia comportamental intensiva pode ser oferecida como uma intervenção conjunta dentro de um modelo clínico multimodal abrangente”. Nesse caso, os especialistas consideram que as evidências são de baixa certeza. Eles avaliam que a terapia comportamental como cointervenção com os medicamentos é provavelmente mais vantajosa em comparação com o uso isolado das canetas. As diretrizes listam limitações das pesquisas com os medicamentos, como a necessidade de investigar seu potencial impacto na fertilidade de mulheres com obesidade e de determinar as populações prioritárias para o uso da terapia com GLP-1 considerando a gama de valores de índice de massa corporal, medidas antropométricas alternativas (por exemplo, circunferência da cintura e do quadril) e doenças e distúrbios relacionados à obesidade, bem como em subpopulações por idade, sexo e etnia. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.