05/Dec/2025
A Galp, quinta maior produtora de petróleo e gás do Brasil, inaugurou nesta quinta-feira (04/12) seu primeiro centro de pesquisa no País. Com investimento de R$ 100 milhões, o Id.Lab já está em operação e desenvolverá projetos voltados à descarbonização das atividades industriais e à produção de combustíveis de baixo carbono. Seis iniciativas já estão em curso: co-processamento em unidades de refino; captura direta de CO2 para combustíveis sintéticos; e rotas para combustíveis sustentáveis de aviação (SAF). Cerca de 70 pesquisadores, engenheiros e especialistas participam de estudos financiados pela companhia que abrangem toda a cadeia, do upstream ao refino.
A agenda inclui tecnologias de gestão e separação de CO2 em ativos de exploração do consórcio Petrogal Brasil (JV Galp Sinopec), que podem ajudar a destravar reservas. O Id.Lab fica no Centro de Tecnologia e Pesquisa do Laboratório de Intensificação de Processos e Catálise (LIPCAT), vinculado ao Instituto de Química e à Escola de Química da UFRJ e foi viabilizado por meio da cláusula da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Nela, as concessionárias devem investir parte da receita bruta em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I). O laboratório amplia a capacidade de testar rotas de baixo carbono e reforça o papel da inovação na transformação do setor.
A força do Id.Lab está na capacidade de converter pesquisa em soluções aplicáveis. É um ecossistema que une conhecimento acadêmico, rigor industrial e visão de futuro para desenvolver tecnologias que vão sustentar a competitividade da empresa na próxima década. O LIPCAT já atuava como parceiro científico da Galp que resultou em inovações como o RovScan, veículo submarino operado remotamente para inspeção de tubulações offshore, criado por uma spin-off da universidade e hoje em fase avançada de industrialização. Instalado em novo endereço, em área de 5 mil m², o espaço passa a integrar a rede Id.Lab - Laboratório para a Inovação e Descarbonização by Galp, que mantém uma unidade-irmã na refinaria de Sines, em Portugal, e gera, em média, cinco novas patentes por ano.
O laboratório permite avançar da bancada ao piloto para atividades com menores emissões do upstream ao refino e abre espaço para novos vetores energéticos, como o hidrogênio verde. A parceria já entregou o projeto de combustíveis sintéticos, que vai ajudar a orientar decisões futuras da companhia, e o Projeto Fênix, voltado à otimização da combustão nas unidades que transformam óleo pesado em combustíveis mais leves (FCC). A petroleira prevê implementar a tecnologia após a entrada em operação de seu eletrolisador (dispositivo que permite produzir hidrogênio) de 100 MW, em Sines, em 2026.
Para a nova fase do centro de pesquisa, a empresa mira frentes adicionais, como o pré-tratamento e o coprocessamento de matérias-primas que ampliarão a produção de combustíveis de baixo carbono de maior valor agregado, além da expansão das rotas de biocombustíveis. No médio prazo, é esperado que o laboratório licencie tecnologias para outras empresas. Foi criado um fluxo de transferência tecnológica entre Portugal e Brasil. A Galp está focada em aplicações diretas nos ativos onde atua, mas essa é uma plataforma que amplia valor também para os consórcios e para toda a indústria energética. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.