04/Dec/2025
Os futuros de açúcar demerara negociados na Bolsa de Nova York fecharam em baixa nesta quarta-feira (03/12). O vencimento março recuou 5 pontos (0,33%), e fechou a 14,93 centavos de dólar por libra-peso. O mercado foi pressionado pela oferta robusta no curto prazo. A produção na Índia saltou 43% nos dois primeiros meses da safra, somando 4,1 milhões de toneladas. No Brasil, dados recentes da União da Indústria de Cana-de-açúcar e Bioenergia (Unica) confirmaram um crescimento de 2% na produção acumulada do Centro-Sul.
O Citi avaliou que o mercado pode ter encontrado um piso, mas a volatilidade deve persistir no primeiro trimestre de 2026. As perdas foram limitadas por novas estimativas que apontam para um balanço global menos folgado do que o previsto anteriormente. A trading Czarnikow reduziu em 1,5 milhão de toneladas sua projeção de superávit global para a temporada 2025/2026, agora estimada em 7,2 milhões de toneladas. A revisão reflete um corte na produção mundial e uma elevação de 500 mil toneladas na demanda, motivada pelos preços mais baixos que estimulam o consumo e a recomposição de estoques. Além disso, o cenário de preços pressionados levanta dúvidas sobre a futura oferta brasileira.
Segundo a Zilor, os patamares atuais não são sustentáveis, pois rondam o custo de produção. A própria Czarnikow alertou que, se as cotações não reagirem, as usinas do Centro-Sul podem migrar o mix para o etanol em 2026/2027. O recuo do dólar ante o Real e o avanço do petróleo também impediram uma queda mais expressiva das cotações. A depreciação da moeda norte-americana tende a desestimular as exportações brasileiras, enquanto a alta do petróleo melhora a competitividade relativa do etanol e pode resultar em um mix mais alcooleiro no Centro-Sul do Brasil.