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03/Dec/2025

Açúcar: possível recuperação dos preços em 2026

Segundo relatório do Citi, os preços do açúcar negociados na Bolsa de Nova York parecem ter encontrado um piso após a queda de 24% no acumulado do ano. As cotações, que hoje oscilam entre 14,00 e 17,00 centavos de dólar por libra-peso, podem iniciar um movimento moderado de recuperação em 2026, com média projetada de 17,00 centavos de dólar por libra-peso. A avaliação ocorre após um período de forte desvalorização, com a resiliência dos canaviais brasileiros diante de fatores climáticos adversos e pelo avanço das exportações recordes do País, que ampliaram a oferta global e intensificaram a pressão sobre os preços. O açúcar deve continuar apresentando volatilidade elevada no primeiro trimestre do ano, movimento considerado sazonal para o mercado.

No início de 2025, parte dos analistas esperava preços recordes provocados pela seca e, posteriormente, pelo excesso de chuvas no Brasil, fatores que poderiam reduzir a produtividade. No entanto, os rendimentos se mostraram mais sólidos do que o antecipado e, em algumas regiões, até superiores aos da safra anterior. Com a reta final da colheita no Hemisfério Sul, os fundamentos do Hemisfério Norte devem ganhar protagonismo nos próximos seis meses. Um dos pontos de atenção é a demanda chinesa. Como o açúcar pode ser estocado por longos períodos sem perda de qualidade, movimentos estratégicos de compra tendem a ocorrer em períodos de preços mais baixos. As importações da China já surpreenderam o mercado ao atingirem cerca de 800 mil toneladas em setembro, acima das 500 mil toneladas estimadas pela indústria, com o Brasil como principal origem.

Se o atual ambiente de preços deprimidos persistir, o país asiático pode ampliar ainda mais as compras em 2026. Além disso, ao revisar seu balanço global de oferta e demanda, o Citi passou a projetar formação de estoques no próximo ano, o que tende a limitar o potencial de valorização das cotações, embora aponte fatores que podem gerar volatilidade adicional, como maior desvio de cana-de-açúcar para o etanol no Brasil, aumento das importações chinesas e níveis relativamente baixos de exportação da Índia. Na análise sobre as empresas brasileiras do setor de açúcar e etanol, será mais um ano desafiador, com preços pouco atrativos para o açúcar, potencial queda nas cotações do etanol e margens ainda mais comprimidas para os produtores.

Esse cenário deve pesar sobre as companhias sob cobertura da instituição, incluindo Jalles Machado e São Martinho, ambas com recomendação de compra, e Raízen, avaliada como neutra. Mesmo assim, há possíveis gatilhos de alta, como mudanças no mix de produção, caso as usinas optem por desviar mais cana-de-açúcar para o etanol, e uma eventual recuperação dos preços do petróleo, que poderia elevar a competitividade do biocombustível pela paridade energética com a gasolina. Embora o mercado possa ter atingido seu fundo, a trajetória de recuperação dependerá do equilíbrio entre oferta crescente, movimentos de estocagem e a reação da demanda global, sobretudo na China e na Índia. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.