ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

02/Dec/2025

Açúcar: preços se recuperam após atingir a mínima

O Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar branco (cor Icumsa de 130 a 180) apresentou comportamento misto na última semana de novembro de 2025, refletindo as dinâmicas sazonais do mercado brasileiro e as oscilações nos valores externos. Assim, após registrar no dia 25 de novembro, o menor patamar da atual safra 2025/2026, de R$ 105,52 por saca de 50 Kg, o Indicador reagiu nos dias seguintes e encerrou a semana operando nos níveis da primeira dezena do mês, na casa dos R$ 108,00 por saca de 50 Kg. As desvalorizações ao longo de novembro evidenciam um mercado comprador mais cauteloso, possivelmente antecipando uma maior disponibilidade de produto com o avanço da safra 2025/2026 e a continuidade das operações de moagem em diversas regiões produtoras.

De fato, a produção brasileira mantém-se robusta, com a Região Centro-Sul processando volumes significativos de cana-de-açúcar, apesar dos desafios climáticos enfrentados no início da safra. A pressão sobre as cotações internas também vem da decisão estratégica de muitas usinas em priorizar a produção de açúcar em detrimento do etanol, aumentando a oferta disponível no mercado doméstico. Para os produtores, essa dinâmica de preços apresenta desafios significativos, especialmente diante dos custos elevados. Há, no entanto, fatores de suporte que incluem: a demanda sazonal de final de ano, possíveis interrupções climáticas na safra brasileira, restrições contínuas às exportações indianas e demanda industrial sustentada.

Nos últimos sete dias, especificamente, a média semanal do Indicador CEPEA/ESALQ é de R$ 106,91 por saca de 50 Kg, leve alta em relação à do período anterior (17 a 21 de novembro), de R$ 106,68 por saca de 50 Kg. Mesmo com o calendário de negociações reduzido pelo feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos no dia 27 de novembro, os contratos do demerara na Bolsa de Nova York se valorizaram na semana passada e o contrato Março/2026 encerrou o período a 15,21 centavos de dólar por libra-peso. A valorização externa resultou de uma combinação de fatores técnicos (cobertura de posições vendidas e baixa liquidez) e de fundamentos (restrições às exportações da Índia e incertezas sobre a produção).

Embora represente alívio após semanas de quedas consecutivas, o movimento deve ser interpretado como correção técnica dentro de um contexto estrutural ainda caracterizado por perspectivas de superávit global. O governo indiano autorizou exportações de apenas 1,5 milhão de toneladas para a safra 2025/2026, volume inferior às expectativas iniciais de 2 milhões de toneladas. Essa decisão sinalizou ao mercado que a disponibilidade de açúcar indiano para o comércio internacional será mais limitada do que o antecipado, reduzindo as perspectivas de superávit global. Em São Paulo, no atacado, o Indicador do Cristal Empacotado está cotado a R$ 14,31 por saca de 5 Kg, queda de 0,77% nos últimos sete dias. O açúcar refinado amorfo está cotado a R$ 3,52 por saca de 1 Kg, baixa de 0,28% no mesmo comparativo. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.