28/Nov/2025
O Itaú BBA avaliou que melhorias na safra 2025/2026 do Centro-Sul e condições climáticas favoráveis em outros importantes países produtores de açúcar deve assegurar um crescimento robusto da oferta global. Do lado da demanda, porém, o ritmo continua fraco, resultando em superávit. A tendência de preços mais baixos pode se prolongar caso os estoques sigam elevados. Permanecendo o açúcar no nível atual, próximo ao preço energético equivalente ao etanol, parte da produção poderia migrar para o biocombustível, o que ajudaria a reequilibrar o balanço global. A safra 2025/2026 de cana-de-açúcar no Centro-Sul apresentou evolução significativamente melhor nos últimos meses, superando o desempenho do início do ciclo.
Mesmo com a queda dos preços do açúcar ao longo do ano, parte relevante da produção já estava fixada a níveis elevados, o que garantiu rentabilidade aos produtores. Essa estratégia contribuiu para um recorde histórico de produção mensal em setembro, reforçando o bom posicionamento no curto prazo. As condições atuais das lavouras também favorecem a produtividade da safra em andamento e já impulsionam as estimativas para 2026/2027, elevando as projeções tanto de cana quanto de açúcar. No cenário internacional, o clima favorável também melhorou as expectativas de oferta em outros grandes países produtores. Na Índia, condições climáticas melhores e o aumento da área plantada devem elevar a produção, revertendo a quebra registrada no ciclo anterior.
Tailândia e Paquistão igualmente apresentam perspectivas positivas. Mesmo na União Europeia e no Reino Unido, onde houve redução da área cultivada, o clima ajudou a manter a produtividade acima da média. Entretanto, a queda recente nos preços do açúcar pode encontrar algum limite, desde que não ocorram novas pressões. Há espaço para recuperação parcial caso os valores se estabilizem. A expectativa é que, mesmo com oferta crescente, a rentabilidade se mantenha positiva. As margens agrícolas se mantêm confortáveis: para 2025/2026, o Itaú BBA estima R$ 4.697,00 por hectare, com margem agrícola de 30%; para 2026/2027, a margem sobe para 33%, impulsionada por produtividade melhor e custo agrícola estável. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.