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28/Nov/2025

Combustíveis: deflagrada Operação Poços de Lobato

A deflagração da Operação Poços de Lobato, pela Receita Federal e pelo Ministério Público de São Paulo, nesta quinta-feira (27/11), impulsionou as ações das distribuidoras de combustíveis, repetindo o movimento visto com a Operação Carbono Oculto em agosto. Operaram em alta os papéis da Raízen, Cosan, Vibra e Ultrapar. Segundo analistas, o mercado ficou otimista em razão da perspectiva de um cenário de concorrência mais justa. A operação mirou 190 alvos ligados ao Grupo Refit, dono da antiga refinaria de Manguinhos, no Rio de Janeiro, e dezenas de empresas do setor de combustíveis. Segundo os investigadores, o esquema causou prejuízo de R$ 26 bilhões aos cofres estaduais e federal.

Os alvos da operação são suspeitos de integrarem uma organização criminosa e de praticarem crimes contra a ordem econômica e tributária, além de lavagem de dinheiro. O Grupo Refit, comandado pelo empresário Ricardo Magro, é considerado o maior devedor de ICMS do Estado de São Paulo, o segundo maior do Rio de Janeiro e um dos maiores da União. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que é preciso aprovar o projeto contra devedores contumazes na Câmara para continuar o trabalho da Pasta contra o crime organizado. Para a Fami Capital, a operação é ótima para as empresas que operam dentro da lei.

Em um ambiente de competição mais justo, essas companhias poderão ver crescimento de receita e margem. Com a competição ajustada, o preço também se regula. Além disso, a oferta recua e a demanda se mantém. A Ajax Asset compara a reação das ações na Bolsa nesta quinta-feira (27/11) com a registrada no dia da Operação Carbono Oculto. O principal ponto positivo se dará no ganho de mercado a longo prazo. A operação tira espaço dos postos de bandeira branca, o que fortalece as empresas do setor listadas na B3. Desde agosto, quando ocorreu a Carbono Oculto, as empresas relatam melhora do ambiente concorrencial.

Segundo as companhias, já houve diferença nos volumes comercializados pelos postos no terceiro trimestre. Mas o movimento ainda não é claro. Na Vibra, a distribuição de combustíveis apresentou queda de 1,4% no terceiro trimestre frente ao mesmo período de 2024. Na Ipiranga, houve ganho de 1%, enquanto, na Raízen, a distribuição cresceu 6,5%. As administrações sinalizaram que a tendência de volumes mudou desde setembro e deve se manter daqui para frente. A Raízen informou que projeta um cenário mais favorável para volumes no segmento Mobilidade Brasil. Ela atribui essa melhora ao avanço das investigações sobre irregularidades no mercado de combustíveis, que ganharam força com a Carbono Oculto.

A normalização competitiva deve devolver parte da demanda que havia migrado para operadores irregulares nos últimos anos. Para o Safra, o ambiente competitivo mais favorável na distribuição de combustíveis já teve efeito no resultado do último balanço da Ultrapar. A Vibra relatou que o ambiente regulatório mostra melhoras nítidas e que a empresa deve capturar as oportunidades que surgem com essa evolução. O País se posicionou de maneira diferenciada contra irregularidades que aconteciam nesse setor. Na época, as distribuidoras de combustível que estavam fora de esquemas ilegais poderiam ganhar até 15% de mercado. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.