24/Nov/2025

Os futuros de açúcar demerara na Bolsa de Nova York fecharam em alta na sexta-feira (21/11). O vencimento março subiu 12 pontos (0,82%), e fechou a 14,78 centavos de dólar por libra-peso. O mercado encontrou suporte em fundamentos vindos da Índia. As cotações reagiram à possibilidade de o governo indiano aumentar o preço do etanol misturado à gasolina. A medida incentivaria as usinas a direcionarem mais cana para o biocombustível, restringindo a oferta do açúcar. Além disso, o Ministério da Alimentação da Índia autorizou a exportação de apenas 1,5 milhão de toneladas para a safra 2025/2026, volume inferior às 2 milhões de toneladas esperadas pelo mercado.

No campo produtivo, a moagem de cana-de-açúcar na Índia deve alcançar 12,8 milhões de toneladas na safra 2025/2026, alta de 40,7% em comparação com a temporada anterior, segundo a Federação Nacional das Usinas Cooperativas de Açúcar (Nfcsf). A produção de açúcar soma 1,05 milhão de toneladas, avanço de 47,9% ante o registrado no início do ciclo passado. O levantamento mostra que 325 usinas já iniciaram as operações de moagem, um aumento de 125,7% ante as 144 unidades em operação no início da safra anterior. A Nfcsf afirma que a combinação entre maior número de usinas ativas, ritmo acelerado de moagem e melhor rendimento indica um início de safra mais forte que o observado em 2024/2025.

Como fator baixista, pesaram a fraqueza do Real frente ao dólar e a perspectiva de superávit global. A moeda brasileira caiu para a mínima de cinco semanas, o que incentiva as vendas de exportação pelos produtores do Brasil. No cenário de oferta, a Organização Internacional do Açúcar (ISO) previu um excedente de 1,625 milhão de toneladas na safra 2025/2026, impulsionado pelo aumento da produção na Índia, Tailândia e Paquistão. A trading Czarnikow apresenta uma estimativa ainda maior, projetando um superávit de 8,7 milhões de toneladas.