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18/Nov/2025

Açúcar: preços recuam com demanda enfraquecida

Em São Paulo, a liquidez no mercado spot segue baixa e os preços médios do açúcar cristal branco, em queda. A fraca movimentação, que vem sendo observada desde o final de outubro, está atrelada à reduzida demanda para pronta-entrega. O Indicador CEPEA/ESALQ para o açúcar cristal (cor Icumsa de 130 a 180) está cotado a R$ 106,41 por saca de 50 Kg, recuo de 0,7% nos últimos sete dias (R$ 107,16 por saca de 50 Kg). A média do Indicador CEPEA/ESALQ é de R$ 107,43 por saca de 50 Kg, queda de 1,7% nos últimos sete dias. O lado comprador tem buscado negociar pequenas quantidades, apenas “da mão para a boca”, comportamento influenciado pelas recentes desvalorizações do açúcar cristal. Do lado da oferta, continua sendo observado maior volume do cristal Icumsa 180 disponível para venda, ao contrário do cristal Icumsa 150, que segue em quantidades restritas neste final da safra 2025/2026.

Ainda em relação ao encerramento desta temporada, algumas usinas de São Paulo que já concluíram a produção deste ano relatam que o açúcar em estoque está comprometido por contratos, sem volume adicional para vendas no mercado spot. Segundo dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), na segunda quinzena de outubro de 2025, o mix das usinas do Centro-Sul permaneceu mais voltado ao etanol, com 53,98% da cana direcionada ao biocombustível, enquanto 46,02% foram destinados ao açúcar. No mercado internacional, os valores do açúcar registram forte recuperação, após terem caído no começo de novembro. Na Bolsa de Nova York, o contrato Março/2026 do açúcar demerara está cotado a 14,96 centavos de dólar por libra-peso, valorização de 6,1% nos últimos sete dias.

A disparada nas cotações encontra suporte em fatores macroeconômicos, como a apreciação do Real frente ao dólar e a alta expressiva nos preços do petróleo, o que tende a elevar a competitividade dos biocombustíveis e influencia o direcionamento da produção nas usinas. Apesar da recuperação nos preços, o mercado segue atento à perspectiva de abundante oferta global na temporada 2025/2026. Condições climáticas mais favoráveis em países-chave, como Índia e Brasil, têm impulsionado as projeções de produção e ampliado as estimativas de superávit mundial. Na Índia, a produção de açúcar para a temporada 2025/2026, iniciada em 1º de outubro, foi estimada em 30,95 milhões de toneladas, alta de 18,5% em relação ao ciclo anterior, conforme apontam dados da Associação Indiana de Fabricantes de Açúcar e Bioenergia (Isma).

O governo indiano autorizou a exportação de 1,5 milhão de toneladas na nova temporada. No Brasil, o Centro-Sul produziu 38,085 milhões de toneladas de açúcar entre 1º de abril e 1º de novembro de 2025, aumento de 1,63% frente ao mesmo intervalo do ano passado, segundo a Unica. A consultoria Czarnikow revisou para cima sua estimativa para o superávit global da safra 2025/2026, que agora deve alcançar 8,7 milhões de toneladas, reforçando o cenário de ampla oferta internacional. Em São Paulo, no atacado, o Indicador de Cristal Empacotado está cotado a R$ 14,43 por saca de 5 Kg, queda de 0,76% nos últimos sete dias. O açúcar refinado amorfo está cotado a R$ 3,53 por saca de 1 Kg, baixa de 0,56% no mesmo período. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.