18/Nov/2025
Segundo o novo relatório trimestral da Organização Internacional do Açúcar (ISO), o mercado mundial de açúcar deve registrar um superávit de 1,625 milhão de toneladas na safra 2025/2026, revertendo o déficit do ciclo anterior. A revisão marca uma inflexão após anos de balanços apertados, embora a entidade destaque que os estoques seguem historicamente baixos. A organização também reduziu o déficit estimado para 2024/2025 para 2,916 milhões de toneladas, contra projeção anterior de 4,879 milhões. Mesmo com a melhora, o nível de estoques continua crítico: o índice estoque/uso deve cair a 52,74% em 2025/2026.
A demanda global deve avançar 0,56% na safra, para 180,142 milhões de toneladas, após o recorde de 181,207 milhões em 2023/24. O consumo resiliente limita o alívio esperado a partir do superávit. Apesar da virada para superávit do açúcar, os preços internacionais continuam enfraquecidos. A média mensal de novembro (até o dia 11) do contrato mais negociado na Bolsa de Nova York ficou abaixo de 14,00 centavos de dólar por libra-peso, menor nível em 57 meses. Entre maio e julho, o açúcar bruto em dólar recuou 6%, movimento amplificado pelo dólar mais fraco. No Brasil, o açúcar cristal caiu ao menor preço em três anos.
A OIA mantém visão neutra para os próximos três meses, citando a combinação de superávit, sazonalidade de moagem e ampla disponibilidade exportável. O superávit de açúcar também influencia o mercado de biocombustíveis. A produção global de etanol deve subir para 120,6 bilhões de litros em 2025 (+1,7%), enquanto o consumo alcançará 120,5 bilhões (+2,6%). Os Estados Unidos devem atingir 61,5 bilhões de litros, novo recorde. Além disso, o Brasil deve recuar para 32,7 bilhões, ante 33,7 bilhões, devido à priorização do açúcar. A Índia deve avançar de 7,2 para 9,5 bilhões de litros, impulsionando a meta de mistura de 20%. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.