06/Nov/2025
O Instituto Estratégico de Estudos de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (Ineep) vai lançar durante a COP30, em Belém, no dia 13 de novembro, o “Observatório da Transição Energética Justa no Setor de Óleo e Gás”, em parceria com a Federação Única dos Petroleiros (Fup) e com apoio do Instituto Clima e Sociedade (ICS). Organizado em torno de três eixos (política, economia e trabalho), o Observatório reconhece a ligação entre clima e energia, e atribui ao Estado o papel central na consolidação da transição energética no País e ao setor de óleo e gás um papel estratégico na construção de rotas de mudança influentes sobre a matriz energética. Com isso, o Ineep espera contribuir para a construção de uma trajetória própria e soberana para essa transição que considere as condições sociais, ambientais, econômicas e geopolíticas singulares do país, assim como as especificidades do seu setor de óleo e gás. Segundo o Ineep, um novo paradigma social e energético deve considerar o perfil de emissões do País, mas também a configuração e complexidade técnica, econômica, regulatória, do trabalho e o papel do setor energético no desenvolvimento nacional, em especial do setor de óleo e gás.
As soluções importadas ou padronizadas não vão resolver nossos problemas. Só haverá transição justa no Brasil quando o interesse coletivo se sobrepuser aos múltiplos e contraditórios interesses inerentes à agenda, quando os conceitos de segurança energética, justiça social e reparação histórica estiverem associados à ação climática e no centro da agenda do desenvolvimento nacional. Essa iniciativa emerge da necessidade de produzir diagnósticos, ampliar a transparência sobre as estratégias de negócios vigentes e incidir sobre as transformações regulatórias, econômicas e nas relações de trabalho que configuram o presente e o futuro do setor de óleo e gás no Brasil. O Observatório é resultado da ação coletiva e organizada do movimento sindical, que, com apoio de movimentos sociais e populares, busca colocar os trabalhadores, a agenda do trabalho decente, da soberania e segurança energética no centro do planejamento e da construção de um novo paradigma energético no Brasil.
Embora o Brasil figure entre os principais emissores de gases de efeito estufa no cenário global, em 2023, as emissões associadas à exploração de combustíveis representaram 4,9% das emissões totais do País, percentual inferior ao observado em outras grandes economias produtoras de energia. A produção nacional de petróleo e gás apresentou trajetória de crescimento contínuo desde 1990, alcançando 1,59 bilhão de barris de óleo equivalente em 2023, acompanhada de uma redução na emissão por barril, que passou de patamares que alcançaram 27 quilos de CO2 equivalente por barril de óleo equivalente (kgCO2eq/boe) em 2009 para 15,3 kgCO2eq/boe em 2023. No pré-sal, esse índice é ainda menor, de 10 kgCO2eq/boe. Essa trajetória evidencia os avanços tecnológicos e operacionais do setor, bem como as particularidades do Brasil, que devem ser consideradas na transição energética justa. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.