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06/Nov/2025

Margem Equatorial: Brasil precisa fazer a transição

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, reforçou a mensagem de que a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30) precisa ser usada para demonstrar a posição do Brasil em relação aos combustíveis fósseis. "É fundamental mostrar ao mundo, e a nós mesmos, que somos capazes de criar um caminho para o fim do desmatamento e para o fim da dependência do uso de combustíveis fósseis", disse na abertura da quarta Cúpula Global Anual da United for Wildlife, no Rio de Janeiro. O evento faz parte do programa United for Wildlife da The Royal Foundation, criado em 2013 pelo Príncipe William. A ministra ressaltou que a licença que a Petrobras obteve para perfurar o bloco FZA-M-59, na bacia da Foz do Amazonas, uma das cinco bacias da Margem Equatorial brasileira, não pode distanciar o Brasil do que já foi acordado na COP28, em Dubai.

"O Brasil fez a licença na Foz do Amazonas para prospectar se tem ou não tem petróleo, em qual quantidade e qualidade. Mas o Brasil pode, ele mesmo, começar fazendo o seu próprio mapa do caminho. Essa é uma equação complexa, com resistências, como vimos na Pré-COP, mas que precisa ser empreendida", observou. O Acordo de Dubai afirma que os países devem mudar seus sistemas energéticos de "forma justa, ordenada e equitativa", o que passa por triplicar o uso de energia renovável, duplicar a eficiência energética e fazer a transição dos combustíveis fósseis. "Depois de 33 anos da Convenção do Clima, que surgiu aqui no Rio de Janeiro, não há mais como protelar. Cada país vai ter que estabelecer seus indicadores de esforço nessa direção, tanto pelo lado dos que produzem, quanto pelo lado dos que consomem", disse a ministra.

Segundo o governador do Pará, Helder Barbalho, a exploração da Margem Equatorial não deve ser interpretada com uma diminuição da importância da agenda da transição energética, e o Brasil não tem a possibilidade de abrir mão do uso de combustíveis fósseis no momento. É fundamental fazer do uso dessa riqueza uma fonte importante para a transição energética. Neste momento, o Brasil não é autossuficiente para que as próximas gerações sejam capazes de abrir mão do uso de combustíveis fósseis. Sem explorar este ativo, em cerca de 15 anos o Brasil terá que importar petróleo. Portanto, não seria crível a necessidade de importar tendo esta riqueza. A exploração da Margem Equatorial, contudo, não deve ser interpretada com uma diminuição da importância da agenda da transição energética.

A Petrobras deve ter um papel no processo de transição energética. O Brasil deve ter na Petrobras o principal financiador de pesquisas, de indução para a transição energética para que possa, nas próximas décadas, com assertividade e planejamento, assegurar que o Brasil tem segurança energética suficiente a partir de energias renováveis e energias limpas para que com isto possa definitivamente abrir mão do uso de combustíveis fósseis. O Brasil tem compromisso em garantir o uso de energia limpa e compatibilizar a sua demanda de energia com a sua oferta de energia limpa. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.