05/Nov/2025
De acordo com o 3º levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) sobre a safra 2025/2026, divulgado nesta terça-feira (04/11), a produção nacional de cana-de-açúcar na safra 2025/2026 está estimada em 666,4 milhões de toneladas. O volume representa redução de 1,6% em relação à safra anterior, resultado das condições climáticas adversas, com restrição hídrica, chuvas irregulares e temperaturas elevadas durante o desenvolvimento das lavouras no Centro-Sul ainda em 2024 e parte de 2025. A área colhida deve crescer 2,4%, totalizando 8,97 milhões de hectares, mas o aumento não compensa a queda de 3,8% na produtividade média nacional, estimada em 74.259 quilos por hectare. Na Região Sudeste, principal produtora, a colheita deve somar 420,2 milhões de toneladas, retração de 4,4% frente à safra 2024/2025. Em São Paulo, maior Estado produtor, a queda é de 18,2 milhões de toneladas, influenciada por seca, calor excessivo e incêndios em áreas canavieiras.
Na Região Norte, a produção deve ficar em 4 milhões de toneladas, com leve recuo mesmo diante do aumento de área. A Região Centro-Oeste deve colher 151 milhões de toneladas, alta de 3,9%, sustentada por um crescimento de 6% na área, que passa de 1,85 milhão para 1,96 milhão de hectares, ainda que a produtividade regional caia 1,9%, para 77.024 quilos por hectare. Na Região Nordeste, a estimativa é de 55,1 milhões de toneladas, aumento de 1,3% sobre o ciclo anterior. A área cultivada sobe 1,2%, de 897,5 mil para 908,2 mil hectares, com produtividade estável em 60.630 quilos por hectare. Na Região Sul, beneficiado por maiores precipitações, a produção deve crescer 7,7%, atingindo 36,2 milhões de toneladas. A produção de açúcar deve alcançar 45 milhões de toneladas, avanço de 2% sobre 2024/2025, configurando o segundo maior volume histórico, atrás apenas de 2023/2024, quando foram produzidas 45,68 milhões de toneladas. A produção total de etanol (de cana-de-açúcar e milho) deve cair 2,8%, somando 36,2 bilhões de litros.
O etanol de cana-de-açúcar deve recuar 9,5%, para 26,55 bilhões de litros, enquanto o de milho cresce 22,6%, chegando a 9,61 bilhões de litros. Do total, 13,58 bilhões de litros serão de etanol anidro e 22,16 bilhões de litros de hidratado. Entre abril e setembro deste ano, o Brasil exportou 17,7 milhões de toneladas de açúcar, uma queda de 9% em relação ao mesmo período da safra anterior. O recuo reflete a menor qualidade da matéria-prima e do Açúcar Total Recuperável (ATR), além da formação elevada de estoques de açúcar bruto de cor marrom clara e alto teor de sacarose. O consumo doméstico revisado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) para 9 milhões de toneladas pode ajudar a sustentar os preços do açúcar no quarto trimestre. No caso do etanol, as vendas internas seguem firmes, especialmente do anidro, impulsionadas pela demanda das distribuidoras, enquanto o hidratado permanece sensível à paridade com a gasolina e à variação cambial. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.