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21/Oct/2025

Etanol não deveria ser usado na negociação com EUA

A União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica) reafirmou nesta segunda-feira (20/10) que não há tratativas para reduzir a tarifa de importação do etanol norte-americano, em meio a notícias sobre possível uso do biocombustível como moeda de troca nas negociações comerciais entre Brasil e Estados Unidos. O etanol brasileiro é um ativo estratégico de soberania nacional e não pode ser tratado como moeda de troca em negociações comerciais. A fala ocorre enquanto o governo norte-americano critica a tarifa brasileira de 18% sobre o etanol dos Estados Unidos, enquanto o produto brasileiro paga 2,5% para entrar no mercado norte-americano.

O tema aparece na investigação aberta pelo Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR) contra o Brasil por supostas práticas desleais de comércio e é citado entre as motivações para o tarifaço de 50% anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A Unica, em conjunto com a Bioenergia Brasil e demais entidades do setor, atua com responsabilidade e firmeza na defesa da previsibilidade regulatória, da reciprocidade comercial e da segurança energética nacional. A postura unificada garante credibilidade internacional e respeito ao papel do Brasil como líder global na transição energética.

Mesmo com a tarifa de 18%, os Estados Unidos devem exportar 650 milhões de litros de etanol para o Brasil na safra 2025/2026, avanço de 160% ante a temporada anterior, segundo a Datagro. O aumento decorre da elevação da mistura obrigatória de etanol anidro na gasolina, de 25% para 30% desde agosto, e da quebra na produção de etanol de cana-de-açúcar nesta safra. Às vésperas de mais uma COP, foi enfatizado o papel do Brasil na transição energética. O Brasil chega com autoridade moral e técnica para liderar a agenda de transição energética justa e inclusiva.

O etanol, o açúcar, a bioeletricidade e o biometano são pilares de uma economia verde que une produtividade, sustentabilidade e geração de valor compartilhado. Ainda, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), defendeu a ampliação para 35% do teor de etanol na gasolina comum, o que fortalecerá ainda mais a indústria de biocombustíveis no País. O percentual do etanol na composição da gasolina comum foi ampliado para 30% neste ano. Antes, a mistura era de 27%. A política de aumento da mistura dos biocombustíveis está prevista na lei do Combustível do Futuro. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.