16/Oct/2025
Segundo a StoneX, o Centro-Sul do Brasil deve produzir 42,1 milhões de toneladas de açúcar na safra 2026/2027 (período abril a março), alta de 2,1 milhões de toneladas sobre o ciclo atual, mantendo o superávit no mercado global. A combinação de oferta mais ampla no Brasil com crescimento na Ásia tende a pressionar preços no médio prazo, apesar de possíveis suportes pontuais no fim de 2025. No longo prazo, o mercado seguirá refletindo o saldo global superavitário. A safra 2026/2027 no Centro-Sul promete crescimento de oferta de açúcar. Para 2026/2027, a StoneX projeta área maior no Centro-Sul, após reformas de talhões feitas depois das queimadas e ao longo de 2025. A produtividade agrícola também deve subir, com canaviais mais jovens e recuperação do ATR (açúcar total recuperável) após um início fraco no ciclo atual. A previsão é de área maior e TCH (tonelada de cana-de-açúcar por hectare) em crescimento, considerando clima dentro da média na entressafra. Isso traz, no geral, mais produto.
O avanço do etanol de milho ajuda a liberar espaço para o mix açucareiro seguir elevado, ainda que um pouco abaixo do recorde projetado para 2025/2026. Na safra 2025/2026 (abril a março), a produção de açúcar do Centro-Sul tende a ficar estável ante o ano passado, próxima de 42 milhões de toneladas, com moagem perto de 600 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. O mix açucareiro deve bater recorde, estimado em 51,5%, cerca de 4% acima da média histórica no pico da colheita. O prolongamento da safra afastou as apostas pessimistas. O ATR começou muito ruim por estratégia de colheita e clima, mas se recuperou de julho a setembro. No cenário global, a StoneX projeta superávit de 2,8 milhões de toneladas de açúcar em 2025/2026, com oferta puxada por Brasil, Índia e Tailândia. A Índia deve aumentar a produção em cerca de 6 milhões de toneladas após monções 8% acima da média e pode liberar até 2 milhões de toneladas para exportação no fim do ano.
A Tailândia inicia a safra em dezembro e estima 11,4 milhões de toneladas (+14%), apoiada por expansão de área. A China deve manter produção estável, nos maiores níveis em 15 anos, e seguir recompondo estoques. Mesmo com superávit, no encerramento de 2025 os preços podem ter suportes pontuais: o Brasil exporta menos entre novembro e abril (entressafra), a Tailândia só começa a embarcar em dezembro e refinarias pelo mundo operam com estoques baixos após reduzirem importações em 2024/2025. Os fundos estão com a menor posição líquida vendida desde 2019, o que pode estimular recompras. Ainda assim, eventuais altas tendem a ser limitadas porque, com preços mais altos, usinas aumentam as vendas a termo (oferta de hedge). No comércio internacional, as importações foram fracas no 1º semestre e ganharam ritmo no 3º trimestre, puxadas pela China. A postura cautelosa dos compradores ajudou a pressionar os preços ao longo do ano. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.