16/Oct/2025
Uma conjunção de fatores deve levar a Petrobras a reduzir o preço da gasolina no curto prazo para não perder mercado. A expectativa é de uma queda entre 5% e 10%, diante de um Brent mais fraco, maior importação de gasolina, redução de preços pelos concorrentes e avanço do etanol. No dia 8 de outubro, a Refinaria de Mataripe, na Bahia, que detém 14% do mercado brasileiro, reduziu a gasolina em 1,2%. As janelas de importação estão abertas há 44 dias, segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), e há 135 dias a Petrobras não mexe no preço do combustível. Segundo dados da Ticket Log, que apura preços de 21 mil postos espalhados pelo País, na primeira quinzena de outubro o etanol foi mais vantajoso para o motorista do que a gasolina, ameaçando o market share da estatal. O crack spread (diferença do petróleo bruto para os derivados) da gasolina no mundo caiu nos últimos dias, e desde o início de setembro, o preço da gasolina nas refinarias da Petrobras está acima do preço de paridade de importação (PPI), deixando as janelas abertas para importadores.
Com a interdição da Refit, mais cargas do combustível foram importadas, e a preços menores do que os da Petrobras. A estratégia comercial da Petrobras determina que o preço dos combustíveis precisa estar em uma faixa entre o valor marginal e o PPI, ou a estatal perde mercado. Trimestralmente, a estratégia comercial da empresa passa pelo crivo do Conselho de Administração e, até o momento, a execução da política de preços foi 100% aprovada pelos conselheiros. A decisão para os reajustes de combustíveis da estatal é tomada pela presidente, Magda Chambriard, e pelos diretores Financeiro, Fernando Melgarejo, e o diretor de Logística, Comercialização e Mercado, Claudio Schlosser. Nesta quarta-feira (15/10), ocorreu a reunião semanal da diretoria, onde o assunto foi debatido. Quanto ao diesel, principal produto da estatal, o preço médio da Petrobras mantém um leve desconto frente ao Golfo do México, onde se localizam as refinarias dos Estados Unidos, refletindo a paridade internacional ajustada por estoques domésticos.
O diferencial indica competitividade interna, embora o produto seja sensível ao câmbio e aos preços internacionais. A janela de arbitragem ficou ainda mais aberta por causa dos movimentos recentes da gasolina no mercado internacional. Há indicadores para precificação da carga importada e, de fato, essa janela abriu muito e está em níveis cada vez mais próximos daquele momento em que houve o reajuste da Petrobras no meio do ano. Após o cessar-fogo na Faixa de Gaza, o Brent tem se acomodado na faixa dos US$ 62,00 por barril, momento considerado oportuno para um novo reajuste. O preço do petróleo está comportado. O 'crack spread' da gasolina no mundo caiu nos últimos dias, e nesse nível de câmbio. Não seria surpresa se houvesse alguma redução nas refinarias para a gasolina. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.