16/Oct/2025
O Brasil registra 32 casos confirmados de intoxicação por metanol, de acordo com os dados divulgados na terça-feira (14/10), pelo Ministério da Saúde. Há ainda 181 ocorrências em investigação e 320 suspeitas descartadas. Cinco mortes pelo consumo da substância foram confirmadas, todas no estado de São Paulo: três na capital, uma em São Bernardo do Campo e outra em Osasco. Com cem casos em investigação, São Paulo continua sendo também o Estado com o maior número de ocorrências confirmadas para a intoxicação da substância, com 23 notificações. Os Estados que também investigam possíveis contaminações são Pernambuco, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Piauí, Goiás, Maranhão, Alagoas, Minas Gerais, Paraná e Rondônia. Além das cinco mortes confirmadas por perícia científica, outras nove continuam em investigação: três em São Paulo, três em Pernambuco, uma no Ceará, uma em Minas Gerais e uma em Mato Grosso do Sul.
Desde o início da contagem, outras quinze mortes suspeitas foram descartadas. A Polícia Civil de São Paulo prendeu seis pessoas em flagrante por falsificação de bebidas na Operação Fonte do Veneno realizada na terça-feira (14/10), em oito cidades. Ainda é necessário perícia para confirmar se os produtos adulterados pelos suspeitos contêm metanol. Segundo o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), a ação revela um ciclo criminoso, que funciona por etapas em um esquema integrado de produção. A partir da prisão anterior de um intermediário forte, que comprava garrafas vazias e vendia para destilarias clandestinas, foi possível identificar as outras pontas neste ciclo. Todos os envolvidos têm plena consciência da falsificação. A quebra da comunicação telemática mostrou que são pessoas que se comunicam e atuam de forma associada, têm inúmeras transferências bancárias. Há indícios de envio de bebidas e insumos para outros Estados, além de São Paulo.
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo afirmou que a polícia prepara uma ação conjunta com outros seis Estados para combater a distribuição ilegal de bebidas adulteradas. A Polícia Civil de São Paulo localizou um laboratório clandestino usado para adulterar bebidas em Presidente Prudente. De acordo com as investigações, o suspeito comprava garrafas de uísque de R$ 3 mil, adulterava manualmente e vendia por preço similar para não gerar suspeita. Esse indivíduo adquiria garrafas de bebidas de renome, marcas que custam de R$ 3 mil a R$ 4 mil. Ele comprava por 10% do valor da garrafa original. Eram enviados também os lacres e as tampinhas falsas. A partir disso, ele tinha as bombonas de uísque e de outras bebidas falsas e fazia de uma forma manual, botava o funil, colocava aquela bebida falsa, fechava, lacrava e revendia. Ao todo, foram cumpridos 20 mandados de busca e apreensão nas cidades de São Paulo, Santo André, Poá, São José dos Campos, Santos, Guarujá, Presidente Prudente e Araraquara.
O objetivo era localizar e apreender produtos, maquinários e materiais utilizados para a produção de bebidas falsificadas, além de celulares, documentos e outros objetos que possam auxiliar na identificação dos envolvidos e na comprovação dos crimes. O Ministério da Saúde informou que recebeu nesta segunda-feira 11.556 unidades de etanol farmacêutico para tratamento de pacientes intoxicados por metanol após o consumo de bebidas alcoólicas adulteradas. Com o lote doado pela empresa brasileira Cristália Produtos Químicos e Farmacêuticos, todos os 26 Estados e o Distrito Federal passam a contar com estoques do antídoto. São Paulo é o Estado que receberá a maior quantidade de itens, por causa do registro de maior número de casos. Os principais bares de coquetelaria de São Paulo divulgaram uma carta aberta em que asseguram zelar pela saúde e pela confiança de seus clientes. Essa é a primeira reação organizada dos bares para estancar a desconfiança dos consumidores em relação à segurança das bebidas destiladas e, consequentemente, dos coquetéis.
Na última semana, o movimento caiu 50% na maioria dos bares voltados à coquetelaria. Em alguns casos, estabelecimentos apontam o cancelamento de até 90% nas reservas. “Nossas casas condenam veementemente as fraudes. A excelência da coquetelaria exige insumos de qualidade e zero tolerância a produtos ilegais”, diz um trecho da carta. Em outro trecho da carta, os signatários ressaltam que estão abertos a visitas para comprovar a qualidade dos processos. “Convidamos a imprensa e os clientes a questionarem a procedência de qualquer bebida em nossas casas. Estamos prontos para apresentar as notas fiscais e detalhar nossos procedimentos.” Além da carta, está sendo preparado para divulgação um vídeo mostrando a “jornada” de um destilado seguro. Os bares também estão postando vídeos em suas redes sociais com esclarecimentos sobre a origem de suas bebidas. Em breve, hashtags sobre hospitalidade, consumo consciente e confiança devem aparecer em posts do Instagram. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.