15/Oct/2025
Segundo o Itaú BBA, a produção brasileira tem atuado como fator de equilíbrio no mercado internacional de açúcar, mantendo as cotações entre 15,00 e 17,00 centavos de dólar por libra-peso desde junho. Quando o preço se aproxima do limite inferior desse intervalo, a produção de etanol se torna mais vantajosa para os produtores brasileiros do que o açúcar. Em setembro, o açúcar recuou 1,6%, encerrando o mês a 16,10 centavos de dólar por libra-peso. A União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica) informou que, até 15 de setembro, a moagem acumulada atingiu 450 milhões de toneladas, queda de 4% em relação ao mesmo período da temporada anterior. A produção de açúcar somou 30,4 milhões de toneladas, em linha com 2024, e a destinação de cana-de-açúcar para açúcar atingiu recorde histórico de 52,9%.
A concentração de Açúcar Total Recuperável (ATR), contudo, caiu 4%, para 134,1 Kg por tonelada. Na segunda quinzena de agosto, a produção bateu recorde histórico, chegando a 3,9 milhões de toneladas. O prêmio do açúcar em relação ao etanol, que chegou a 1,00 centavo de dólar por libra-peso negativo ao longo de setembro, voltou ao terreno positivo. Essa recuperação ocorreu porque quanto mais negativo o prêmio do açúcar, maior a migração para produção de etanol. Atualmente, o Itaú BBA estima um superávit global de açúcar de 1,7 milhão de toneladas, o que indica um prêmio pouco positivo para o açúcar, mas bem abaixo dos níveis dos últimos anos.
A produção na Índia e na Tailândia está começando com boas perspectivas, assim como nos países da América Central, devido ao clima mais chuvoso. A materialização dessas safras irá ajustar o balanço global e indicar se o mercado mundial precisará de mais ou menos produto brasileiro. Outro fator de sustentação vem da demanda externa. O aumento das compras oportunistas pela China e pelas refinarias do Oriente Médio contribuiu para a recuperação dos preços após as quedas de setembro. Com balanço interno mais apertado, a China acelerou suas importações diante da retração nos preços. O prêmio do açúcar branco (dezembro/2025) sobre o bruto, acima de US$ 110,00 por tonelada, segue altamente atrativo para as refinarias, impulsionando novas aquisições. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.