24/Sep/2025
Segundo o Rabobank, a safra 2025/2026 de cana-de-açúcar no Centro-Sul já alcançou 404 milhões de toneladas moídas até o fim de agosto, o que representa cerca de dois terços do total projetado. A produtividade média da lavoura entre abril e agosto foi de 79,3 toneladas por hectare, queda de 8% em relação ao mesmo período do ciclo anterior, reduzindo as projeções de moagem para pouco acima de 600 milhões de toneladas. O teor de açúcar recuperável (ATR) segue abaixo do registrado na temporada passada. O índice médio por tonelada de cana acumulado até agosto ficou 4% inferior, enquanto a proporção destinada à produção de açúcar atingiu 52,8%.
Com isso, embora a moagem esteja cerca de 5% atrás da safra 2024/2025, a produção de açúcar recua apenas 2%, ao passo que o etanol cai 10% no comparativo anual. No mercado, os preços do etanol permanecem firmes diante da expectativa de estoques apertados até março de 2026. O açúcar enfrenta maior volatilidade e chegou a operar abaixo de 16,00 centavos de dólar por libra-peso na Bolsa de Nova York, ficando inclusive abaixo da paridade com o etanol em alguns Estados, como São Paulo. O quanto isso pode provocar uma mudança significativa no mix dependerá dos custos de se desfazer contratos de exportação de açúcar. Outro fator que pressiona o setor é o câmbio.
A recente desvalorização do dólar levou a taxa de câmbio ao menor nível desde junho de 2024, o que, aliado ao aumento da oferta global, pode abrir espaço para queda nos preços da gasolina no Brasil, afetando a competitividade do etanol. A colheita recorde de milho torna atraente a produção de etanol a partir do grão, pelo menos na comparação com preços à vista. Apesar de muitos produtores adquirirem grãos de forma antecipada, a abundância atual do cereal garante matéria-prima em patamares favoráveis, fortalecendo a perspectiva de recuperação da oferta total de etanol (cana-de-açúcar e milho) na safra 2026/2027. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.