23/Sep/2025

O Itaú BBA destaca em relatório avaliação da Jalles Machado de que foi "exagerada" a queda de preços do açúcar no mercado internacional. A empresa acredita que a demanda contínua deve manter a relação estoque/uso no menor nível dos últimos anos, o que pode indicar algum risco de alta para a commodity. Apesar da expectativa de superávit global, sobretudo pela produção robusta da Índia, a companhia assegurou posição de hedge antecipada para as próximas safras em patamares considerados atrativos, reduzindo a exposição à volatilidade recente.

No Brasil, os preços atuais podem levar algumas usinas da Região Centro-Oeste, beneficiadas por incentivos fiscais, a direcionarem a produção para o etanol. Esse movimento acabaria reforçando a redução da oferta de açúcar no futuro. A companhia também enfrenta pressões no segmento de açúcar orgânico após a imposição de tarifas de importação pelos Estados Unidos, destino de 60% a 70% das exportações desse nicho. Ainda assim, a Jalles Machado destacou que parte relevante dos contratos segue em vigor, o que ajuda a limitar o impacto. Os principais importadores norte-americanos podem enfrentar dificuldades em encontrar substitutos, e o açúcar orgânico representa apenas uma pequena fração do custo total dos produtos finais, dado seu caráter de valor agregado.

O relatório do Itaú BBA também apontou discussões sobre a expansão do etanol de milho, segmento em que a Jalles Machado não atua diretamente. O crescimento da indústria tem sido favorecido pelos preços baixos do grão e pela demanda regional, mas a companhia ressaltou que a rentabilidade pode ser desafiada caso os preços do milho se normalizem. Nesse cenário, a prioridade é a geração de valor nos investimentos recentes. O foco atual permanece em extrair valor das operações em andamento, especialmente em Santa Vitória. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.