17/Sep/2025

Os contratos futuros de açúcar demerara fecharam em baixa nesta terça-feira (16/09) na Bolsa de Nova York. O contrato com vencimento em março/2026 registra recuo de 17 pontos (1,02%), e fechou a 16,56 centavos de dólar por libra-peso. Os preços podem ter sido pressionados por um otimismo para a safra e a oferta asiática. Na última semana, o Departamento de Alimentos e Distribuição Publica afirmou que a Índia terá estoques excedentes para permitir exportações na temporada que começa em 1º de outubro, após atender a demanda de consumo local e de produção de etanol. Não foram especificados volumes, mas a indústria de açúcar da Índia havia pedido ao governo que autorize a exportação de 2 milhões de toneladas de adoçante na próxima safra.

Segundo o site de análise de commodities Barchart, citando informações da trader de açúcar Sucden, a Índia pode desviar 4 milhões de toneladas de açúcar para produzir etanol em 2025/2026, volume insuficiente para reduzir o excedente interno. Isso pode levar as usinas indianas a exportarem até 4 milhões de toneladas de açúcar. De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP), no cenário internacional, os valores do demerara recuaram, pressionados pelas projeções de boa safra na Ásia, especialmente na Índia e na Tailândia, além da produção volumosa no Centro-Sul brasileiro, favorecida pelo tempo seco.

Segundo dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), na primeira quinzena de agosto, o estado de São Paulo produziu 2,368 milhões de toneladas de açúcar, alta de 20,46% em relação ao mesmo intervalo do ano passado. O mix de produção nas usinas paulistas destinou 61,64% da matéria-prima à fabricação de açúcar. A pressão sobre os preços também pode ter sido intensificada pelo comportamento dos fundos. Segundo levantamento da Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC), fundos e especuladores elevaram sua posição líquida vendida de demerara na Bolsa de Nova York em 32.849 lotes, para 182.608 lotes, equivalentes a cerca de 9,3 milhões de toneladas de açúcar, volume próximo de cem dias de exportações brasileiras. Trata-se de um volume relevante e vulnerável a qualquer movimento mais abrupto que o mercado possa apresentar.