09/Sep/2025
O que vinha sendo um período de crescimento ininterrupto para a BYD acaba de sofrer sua primeira quebra. A fabricante chinesa registrou a primeira queda nos lucros em três anos, no segundo trimestre de 2025. O recuo foi de 30%, para 6,4 bilhões de yuans (cerca de 772 milhões de euros), em comparação com o mesmo trimestre de 2024. O resultado negativo chama ainda mais atenção porque no primeiro trimestre deste ano a empresa havia duplicado os lucros. De acordo com analistas, a mudança na tendência de crescimento está ligada principalmente à pressão do governo chinês para conter a guerra de preços no setor automotivo.
O tema foi alvo de uma reunião recente entre autoridades e executivos das principais montadoras locais, em que o governo sinalizou preocupação com o excesso de produção e a instabilidade que isso poderia trazer à economia. Além disso, a BYD enfrenta crescimento acelerado da concorrência doméstica, que tem conseguido avançar sobre fatias de mercado antes dominadas pela própria marca. Segundo a consultoria Jefferies, julho marcou o terceiro mês consecutivo de queda nas vendas da empresa na China. A montadora havia projetado a venda de 5,5 milhões de veículos em 2025, apenas no mercado chinês. No entanto, até o fim de julho, havia comercializado 2,49 milhões de unidades, apenas 45% da meta anual, já contando com o primeiro mês do segundo semestre.
Fatores estruturais também estão corroendo a vantagem competitiva da empresa, antes sustentada por escala, cortes de custos e liderança tecnológica. A reação imediata dos investidores foi negativa. As ações da empresa caíram na Bolsa de Hong Kong. Mesmo com a queda, a BYD continua entre as montadoras chinesas mais bem-sucedidas do mundo. Em 2024, foi uma das poucas fabricantes de veículos elétricos a registrar lucro. Ainda assim, a queda trimestral representa um alerta para o setor automotivo global. Parece que o ritmo de crescimento da BYD perdeu velocidade, e a expectativa de especialistas é de que a empresa ainda fique aquém das projeções até recuperar o ritmo de ascensão. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.