01/Sep/2025
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) informou que acompanha e analisa informações e movimentações relacionadas ao mercado de valores mobiliários, tomando medidas cabíveis, sempre que necessário e frisou que não comenta casos específicos. As afirmativas foram emitidas em resposta a questionamentos sobre a operação Carbono Oculto, deflagrada na semana passada para combater a lavagem de dinheiro e a infiltração do crime organizado na economia formal. Participam das investigações a Polícia Militar, a Polícia Federal, promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e agentes e fiscais das Receitas estadual e federal. Para especialistas ouvidos pelo Broadcast sob condição de anonimato, a reguladora deveria participar da operação, já que há fundos de investimento e administradores envolvidos.
De acordo com a reguladora, é importante ressaltar que a CVM mantém com a Polícia Federal um Acordo de Cooperação Técnica voltado ao desenvolvimento de ações, projetos ou atividades conjuntas ou coordenadas, incluindo o intercâmbio de informações a respeito de assuntos de interesse comum. A autarquia informou ainda que também mantém com o Ministério Público Federal, desde 2008, um Termo de Cooperação específico. Os agentes cumpriram 200 mandados de busca e apreensão contra 350 alvos em dez Estados ligados a negócios na área de combustíveis, parte da qual foi capturada pelo Primeiro Comando da Capital (PCC). Só a região da Avenida Faria Lima concentra 42 desses alvos, distribuídos por cinco endereços.
Administradoras, fundos de investimento e uma fintech contribuíram para a movimentação e ocultação de dinheiro de origem duvidosa. A principal instituição de pagamentos investigada é o BK Bank. De acordo com as autoridades, a fintech registrou R$ 17,7 bilhões em movimentações financeiras suspeitas. Outra instituição financeira alvo da operação é a Reag Investimentos, que administrava o fundo de investimentos Location, cujo único cotista seria um testa-de-ferro do empresário Mohamed Mourad, dono de uma rede de postos de combustível que estariam em nome de ‘laranjas’. A Federação Nacional das Distribuidoras de Combustíveis, Gás Natural e Biocombustíveis (Brasilcom) elogiou a Operação Carbono Oculto, focada em combater organizações criminosas infiltradas no setor de combustíveis.
A entidade destacou a união das instituições de Estado que atuaram em conjunto, de forma integrada e com medidas de amplo alcance, e que agora prevê a chegada de tempos melhores para o setor. Fica claro o desejo das autoridades de, efetivamente, reparar o que vem ocorrendo no segmento, com envolvimento de distribuidoras, postos de abastecimento, usinas de álcool, transportadores, importadores e de instituições financeiras. Todas essas entidades agiam em consonância, burlando o consumidor e as autoridades fiscais e regulatórias, em busca do lucro fácil. As distribuidoras regionais que operam com seriedade e total respeito às leis e normas do setor e que sofriam a concorrência desse grande esquema, anteveem com esperança e alívio pela chegada de tempos melhores. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.