22/Aug/2025
Segundo a Datagro, fundos e especuladores ampliaram suas posições líquidas vendidas no mercado de açúcar bruto na Bolsa de Nova York para o maior nível desde novembro de 2019. O volume passou de 125.081 lotes em 29 de julho para 151.004 lotes em 5 de agosto. A cautela dos fundos não se limita ao açúcar. Houve liquidação de posições compradas em cobre, petróleo e diesel, além da manutenção de fortes posições vendidas em trigo, milho e soja, reflexo do clima favorável nas principais regiões produtoras.
No geral, o saldo vendido combinado dos 13 principais contratos agrícolas monitorados subiu 12,4% na semana encerrada em 5 de agosto, a maior alta em quase um ano. A aposta na queda dos preços contrasta com o cenário de estoques globais de açúcar mais apertados. A relação estoque/consumo mundial deve cair para 41% no fim da safra 2024/2025 (que termina em setembro), o menor patamar em 15 anos, após três anos consecutivos de déficit no balanço global de açúcar. Intuitivamente, o mercado estaria à beira de uma reação mais construtiva para os preços. Apesar disso, os contratos seguem em movimento lateral na Bolsa de Nova York, em meio às incertezas sobre o desempenho da safra 2025/2026 no Centro-Sul do Brasil.
A capacidade de exportação das usinas brasileiras, que têm embarcado mensalmente entre 3 milhões de toneladas e 3,5 milhões de toneladas, vem reduzindo a percepção de urgência dos compradores para recomposição de estoques. No entanto, a manutenção dos preços sem tendência definida pode aumentar o risco de mudança no mix de produção. O mercado não pode se dar ao luxo de ver uma redução na fatia destinada ao açúcar na safra 2025/2026, especialmente diante das dúvidas sobre ATR e produtividade agrícola. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.