05/Aug/2025
Segundo o Citi, os preços internacionais do açúcar devem encontrar um piso nos próximos meses e têm potencial de alta até o fim de 2025. O movimento de venda observado desde março pode estar próximo do fim. Para 2025, a estimativa média para o preço é de 17,70 centavos de dólar por libra-peso, enquanto para 2026 definiu o valor de 19,60 centavos de dólar por libra-peso. A perspectiva de um mercado mais equilibrado, com melhora climática tanto no Brasil quanto na Índia, sustenta a visão de recuperação no segundo semestre. Ainda assim, os níveis de ATR (açúcares totais recuperáveis) no Brasil permanecem abaixo da média histórica, o que pode limitar o rendimento da safra e manter alguma pressão sobre a oferta.
No Centro-Sul, a colheita de cana-de-açúcar ganhou ritmo em julho com o avanço do clima seco. As usinas intensificaram a moagem e mantiveram um mix elevado para o açúcar (53,7%), o que permitiu recordes de produção para o período. Na primeira quinzena de julho, foram processados 49,82 milhões de toneladas de cana-de-açúcar (+14,8% na comparação anual), e a produção de açúcar chegou a 3,41 milhões de toneladas (+15,1%). Ainda assim, os estoques seguem apertados: em 30 de junho, o volume disponível de açúcar no Centro-Sul era de 4,12 milhões de toneladas, o mais baixo para a data desde 2017/2018. Esse déficit pode começar a ser revertido ao longo de agosto, com a continuidade do clima seco e da moagem intensa.
As tarifas de importação de açúcar pelos Estados Unidos não devem ter impacto relevante sobre os preços no curto prazo, dado o volume modesto a ser suprido no pós-agosto. Em 2023/2024, o Brasil respondeu por cerca de 37% das importações americanas. Do lado do etanol, a produção também se recupera no Centro-Sul, sustentada pela demanda doméstica e pela estabilidade da paridade com a gasolina. A introdução da mistura de 30% de etanol na gasolina no início de agosto deve reforçar esse cenário. Mesmo com o foco atual no açúcar, o Citi não descarta que, no segundo semestre, parte da produção possa ser redirecionada para o biocombustível caso os preços se tornem mais atrativos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.