ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

31/Jul/2025

Açúcar: tarifa dos EUA ameaça usinas do Nordeste

A NovaBio afirmou que o tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros, incluindo o açúcar, representa uma perda potencial de até US$ 220 milhões em receitas por ano para as usinas da Região Nordeste (cerca de R$ 1,2 bilhão). A medida compromete um canal tradicional de exportação utilizado por usinas da região há mais de seis décadas, com efeitos diretos sobre a renda, o emprego e o escoamento da produção. A entidade criticou a falta de diálogo e negociação por parte do governo norte-americano. A cota fortalece o fluxo de caixa, e a Região Nordeste realiza essa exportação desde 1960, com eficiência reconhecida. O Brasil é tradicionalmente responsável por 150 mil toneladas da cota de açúcar bruto (VHP) com isenção tarifária concedida pelos Estados Unidos, volume que costuma ser ampliado anualmente para cerca de 200 mil a 220 mil toneladas.

Como o Brasil sempre cumpre prazos e tem oferta, os Estados Unidos convocam quando outros países não conseguem embarcar. A cota total dos Estados Unidos hoje é de cerca de 1,1 milhão de toneladas, dividida entre 39 países, com a República Dominicana no topo. Com terminal especializado em açúcar a granel em Pernambuco e Alagoas, a Região Nordeste se tornou polo logístico para essas exportações. Pernambuco exporta 70% da sua produção de açúcar. Paraíba, Alagoas, Rio Grande do Norte também participam como plataformas de saída. No mercado interno, há concorrência com outros Estados. O mar virou o canal natural de escoamento.

A exportação via cota norte-americana tinha preço superior ao mercado livre e previsibilidade de compra, além de gerar efeitos positivos para toda a cadeia produtiva. A própria cana-de-açúcar do fornecedor melhora de preço quando o açúcar é vendido melhor. É uma cadeia que tem pequenos e médios produtores, com 260 mil empregos diretos no Nordeste. A medida norte-americana prejudica não apenas o setor sucroenergético, mas compromete valores consagrados na Organização Mundial do Comércio (OMC). São cotas baseadas em critérios socioeconômicos. O Brasil tem uma lei para atendimento dessas cotas desde 1996. Isso foi desconsiderado. Apesar do impacto, o setor continuará buscando adaptação. O setor precisa de previsibilidade para seguir investindo em competitividade. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.