25/Jul/2025
A diretoria da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) aprovou nesta quinta-feira (24/07), por unanimidade, a revisão da metodologia usada para definir o Preço de Referência do Petróleo (PRP), usado como base para calcular os royalties e participações especiais pagos pelas empresas aos governos federal, estadual e municipal. A nova regra passa a valer a partir de 1º de setembro. A mudança foi motivada por alterações no mercado internacional após a norma IMO 2020, que reduziu o teor de enxofre permitido no óleo combustível usado em navios. A metodologia atual da ANP não refletia essas transformações. A expectativa da União é de que a nova metodologia signifique uma arrecadação adicional de cerca de R$ 1 bilhão em participações governamentais.
O tema passou por amplo debate com a sociedade, incluindo duas consultas e audiências públicas. A proposta aprovada agora combina dois tipos de óleo combustível usados no mercado, tanto os com 3,5% e os com 0,5% de enxofre, cada um com peso de 50% no cálculo. Pequenas e médias empresas terão tratamento diferenciado: para elas, a fração pesada continuará sendo calculada apenas com base no óleo com 3,5% de enxofre, medida que também ajuda campos maduros e marginais. Havia receio no mercado de que uma nova metodologia aumentasse os custos para essas empresas e impactasse negativamente campos maduros ou marginais, que já operam com margens mais apertadas.
Essa solução buscou equilíbrio, mantendo transparência e sem impor novos custos regulatórios. O tratamento específico para campos marginais será discutido em outra ação prevista na agenda de 2025-2026. Durante as consultas públicas houve divergência entre os agentes do mercado. Alguns agentes queriam manter o óleo combustível com 3,5% de enxofre como referência (mais comum em regiões como Oriente Médio e Ásia). Outros defendiam a substituição pelo óleo com 0,5% de enxofre (mais alinhado à regulamentação internacional IMO 2020 e usado em regiões como Europa e América do Norte). Houve ainda quem sugerisse uma solução intermediária. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.