21/Jul/2025
O etanol pode ser usado como "barganha" em uma eventual negociação com os Estados Unidos, segundo avaliação de empresários durante reunião do Lide promovida na sexta-feira (18/07). Com isso, o Brasil poderia oferecer alguma concessão nesse setor em troca de redução das tarifas impostas pelos norte-americanos a produtos brasileiros. Com o avanço da produção nacional, especialmente a partir do milho, participantes do encontro argumentaram que o atual patamar tarifário aplicado pelos Estados Unidos ao etanol brasileiro poderia ser revisto. Empresários destacaram que a produção de etanol de milho tem crescido de forma expressiva no Brasil, gerando outros produtos relevantes, como o grão seco por destilação (DDG), utilizado na alimentação animal. Talvez seja o momento de discutir uma equalização nas tarifas aplicadas ao produto, como parte de uma agenda propositiva de concessões bilaterais. Outros participantes da reunião chamaram atenção para a postura dos Estados Unidos, onde cerca de 38% da produção de milho é destinada à fabricação de etanol.
Os norte-americanos produzem atualmente 61 bilhões de litros por ano e exportam cerca de 7,6 bilhões. Parte dos presentes sugeriu que, caso os Estados Unidos decidam ampliar de 10% para 15% a mistura obrigatória de etanol à gasolina em todo o território, haveria um ganho de consumo de até 27 bilhões de litros, o que poderia abrir oportunidades de cooperação com o Brasil. Ainda assim, foi ponderado que o etanol brasileiro, mesmo com eliminação tarifária, permaneceria fora do mercado norte-americano em razão do preço. Diante desse cenário, a avaliação foi de que o etanol poderia integrar o pacote de negociação com os Estados Unidos. Em caso de concessão por parte do Brasil, setores eventualmente prejudicados pela abertura comercial deveriam ser compensados internamente, com apoio de políticas públicas ou mecanismos de ajuste de mercado. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.