14/Jul/2025
Segundo a Datagro, a nova tarifa adicional de 50% imposta pelos Estados Unidos a todos os produtos brasileiros deve afetar diretamente as exportações brasileiras de açúcar e etanol, especialmente as originadas na Região Norte-Nordeste. A tarifa afetará inclusive os embarques realizados dentro da cota tarifária anual de 146,6 mil toneladas de açúcar bruto concedida pelos Estados Unidos ao Brasil com alíquota zero, volume destinado prioritariamente à Região Norte-Nordeste, conforme previsto na Lei nº 9.362/96. Para além desse teto, o imposto de importação já poderia chegar a 80%.
Com a nova taxação de 50% aplicada mesmo dentro da cota, o custo adicional para o açúcar brasileiro será de aproximadamente US$ 27,9 milhões ao ano. A produção de açúcar nas Regiões Norte-Nordeste está estimada em 3,8 milhões de toneladas na safra 2024/2025, com 2,6 milhões de toneladas destinadas à exportação, o que demonstra o peso desproporcional da nova medida sobre um mercado já bastante restrito. No caso do etanol, as perdas são ainda maiores. Em 2024, o Brasil exportou 309,72 milhões de litros do biocombustível para os Estados Unidos, a um preço médio de US$ 0,587 por litro. A nova tarifa representa um custo adicional de cerca de US$ 90,9 milhões por ano.
Apesar da gravidade da medida, os setores de açúcar e etanol tendem a ser menos afetados que outros segmentos da pauta exportadora brasileira, como aço, alumínio e carnes, que também serão atingidos pela tarifa adicional. Em 2024, o setor sucroenergético respondeu por 6,6% das exportações agropecuárias brasileiras aos Estados Unidos, ocupando a quinta posição entre os principais itens embarcados. Ao todo, o Brasil exportou US$ 12,08 bilhões em produtos agropecuários para os Estados Unidos em 2024 - um aumento de 23% em relação ao ano anterior, com destaque para produtos florestais (30,8%), café (17,2%), carnes (11,7%) e sucos (9,9%). Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.