04/Jul/2025
Segundo a StoneX, as cotações do açúcar bruto seguem pressionadas na Bolsa de Nova York e, desde maio, operam abaixo dos 17,00 centavos por libra-peso, atingindo os menores patamares em quatro anos. O cenário atual reflete uma combinação de demanda física pouco ativa e expectativas bastante positivas para a oferta no médio prazo, fatores que têm sustentado o viés baixista nos preços, mesmo diante de um possível déficit na safra global 2024/2025 (outubro de 2024 a setembro de 2025). As importações globais de açúcar bruto no primeiro trimestre foram as mais baixas em pelo menos cinco anos. Países como China, Indonésia, Emirados Árabes Unidos e outras nações do Oriente Médio e norte da África reduziram suas compras, refletindo o acúmulo de estoques após o recorde de exportação do Brasil em 2024. A baixa necessidade importadora no primeiro semestre de 2025 é consequência direta da oferta brasileira robusta no ano anterior.
Do lado da produção, os efeitos das chuvas abaixo da média entre janeiro e março já impactam a produtividade no Centro-Sul brasileiro. Dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica) e do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) indicam queda anual de 16% no TCH (toneladas de cana-de-açúcar por hectare) em abril. Ainda assim, o mix açucareiro superou os 50% em maio, evidenciando o esforço das usinas em priorizar o açúcar frente ao etanol. Apesar da queda na quantidade de matéria-prima, o Centro-Sul possivelmente verá expansão robusta na oferta de açúcar. A expectativa de produção no Brasil ainda varia entre 40 e 44 milhões de toneladas, e o nível de 600 milhões de toneladas de cana para a safra 2025/2026 voltou a ser a referência a ser superada. No cenário internacional, o clima tem favorecido os polos produtores na Ásia. Na Índia, as monções chegaram mais cedo, com chuvas expressivas em maio e projeções positivas até setembro, o que deve impulsionar o plantio e o desenvolvimento da cana-de-açúcar.
A StoneX estima produção de 32,3 milhões de toneladas de açúcar branco no País em 2025/2026, um crescimento anual de mais de 6 milhões de toneladas. A expectativa de superávit global na próxima temporada é de 3,7 milhões de toneladas. Esse ganho produtivo também deve ser observado na Tailândia, Indonésia, China e em outros países do Leste Asiático. O aumento das exportações asiáticas em 2025/2026, somado à manutenção do elevado fluxo exportador brasileiro, reforça o cenário de abundância de oferta. Apesar disso, fatores altistas começam a se delinear no horizonte. A previsão é de um possível retorno robusto das importações a partir de julho, com destaque para o pico de disponibilidade do açúcar brasileiro no terceiro trimestre. Além disso, espera-se maior movimentação no mercado de açúcar branco, impulsionada por compras sazonais, menor produção na União Europeia, reflexo da queda na área plantada com beterraba e condições climáticas desfavoráveis, e aumento da demanda em países da África Ocidental. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.