27/Jun/2025
Segundo projeção do Rabobank, o mercado global de açúcar deve sair de um déficit de 3,8 milhões de toneladas em 2024/2025 para um superávit de 3,9 milhões em 2025/2026 Do lado da produção, a Índia deve ampliar sua safra em 6 milhões de toneladas, alcançando 32 milhões, enquanto a Tailândia deve produzir 11,6 milhões, 700 mil toneladas a mais que na temporada anterior. No Brasil, maior produtor mundial, a moagem acumulada no Centro-Sul até o fim de maio atingiu 124,8 milhões de toneladas de cana, com um mix de 50% voltado ao açúcar. A qualidade da matéria-prima, no entanto, tem decepcionado: os níveis de ATR estão 4% abaixo da safra passada.
O dado mais aguardado, a produtividade média dos canaviais em maio, ainda não foi divulgado pelo CTC, o que mantém a incerteza sobre o desempenho da safra. Com cerca de 80% da moagem ainda por vir, a visibilidade sobre a produção total de açúcar segue limitada. A projeção é de uma safra de 593 milhões de toneladas de cana-de-açúcar no Centro-Sul, com 41 milhões de toneladas de açúcar produzidas e mix final de 51,5%. A expectativa de maior oferta global, impulsionada sobretudo pela Índia e Tailândia, tem pressionado as cotações internacionais, em um movimento que o banco classifica como uma “tormenta perfeita”.
Desde o início do segundo trimestre, os preços do açúcar bruto na Bolsa de Nova York caíram, sendo negociados ao redor de 16,00 centavos de dólar por libra-peso no fim de junho. Em Reais, a queda foi ainda mais acentuada, devido à valorização do Real frente ao dólar no período. Apesar da mudança nos fundamentos globais, a queda recente nos preços foi mais acentuada do que o esperado. Não houve nenhuma tendência visível nesse quadro fundamental que justifique uma queda tão pronunciada no preço. A leitura é de que fatores como a valorização do Real, a queda no petróleo e o movimento especulativo dos fundos contribuíram para acelerar as vendas nas origens produtoras. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.