27/Jun/2025
Segundo a StoneX, a elevação da mistura obrigatória de etanol anidro na gasolina de 27% para 30%, a partir de 1º de agosto, deve impulsionar o consumo da gasolina C a níveis históricos no Brasil. A expectativa é de que a demanda pelo combustível cresça 4,9% em 2025, alcançando 46,5 bilhões de litros, o maior volume já registrado. Ao considerar a nova mistura, a estimativa é de um crescimento expressivo na procura por gasolina C, superando os números de 2023 e configurando o melhor ano da série histórica. As projeções atualizadas foram divulgadas após a aprovação, no dia 25 de junho, da medida pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), e indicam que, no total, o consumo de combustíveis leves no Ciclo Otto (gasolina e etanol) deve crescer 1,6% em 2025, para 60,6 bilhões de litros.
De janeiro a maio deste ano, as vendas já haviam aumentado 2,2% ante igual período de 2024, impulsionadas pela maior circulação de veículos leves. O avanço da gasolina C ocorre em um cenário de perda de competitividade do etanol hidratado nas bombas. A paridade entre etanol e gasolina não é mais tão favorável quanto em 2024. No primeiro trimestre do ano passado, os preços giravam em torno de 60%-61% em São Paulo, o que favorecia o consumo do etanol. Este ano, essa paridade subiu para cerca de 67%, o que tem freado a demanda. A expectativa é de que o consumo de etanol hidratado recue 7,8% no ano, totalizando 20 bilhões de litros. Com isso, a participação do biocombustível no Ciclo Otto deve cair para 23,2%, pressionada tanto pela menor atratividade nos preços quanto pela própria redução de oferta, decorrente do redirecionamento da produção para o anidro.
A mudança para o E30 deverá aumentar a demanda por etanol anidro em 760 milhões de litros em 2025. O crescimento reflete tanto o efeito direto da nova mistura quanto o deslocamento de parte da demanda do hidratado para a gasolina. Com isso, o setor produtivo precisará ajustar o mix de produção nas usinas. O aumento na procura por anidro exige uma reorganização, com possível desvio da produção de açúcar ou do hidratado para atender o novo padrão de mistura. Esse ajuste, no entanto, encontra obstáculos. Neste ponto da safra, muitas usinas já fixaram a maior parte de seus contratos de exportação de açúcar, o que limita a flexibilidade para mudanças no mix. A tendência é de aumento na produção de anidro, o que deve reduzir ainda mais a oferta de etanol hidratado. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.