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26/Jun/2025

Margem Equatorial: interesse pela Foz do Amazonas

O resultado do leilão de áreas de petróleo realizado neste mês pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) confirmou não apenas o interesse da indústria pela Margem Equatorial, que desponta como a nova fronteira exploratória brasileira, mas também a confiança de que, finalmente, pode ter início a atividade em alto-mar na Bacia de Foz do Amazonas, onde a Petrobras busca autorização para perfurar o primeiro poço em um bloco adquirido há mais de uma década. Foz do Amazonas concentrou a maior disputa, com 19 dos 34 blocos arrematados no leilão, e marcou o retorno de grandes multinacionais à região. Além da Petrobras, as norte-americanas ExxonMobil e Chevron, e a chinesa CNPC foram destaque na disputa, mas não por acaso. As três atuam na prospecção de petróleo na margem equatorial dos vizinhos Guiana e Suriname, transformados em novo polo petrolífero em razão das descobertas recentes de reservas de bilhões de barris.

Companhias estrangeiras, como Total e BP, abandonaram projetos na margem equatorial brasileira depois de esperarem por anos, em vão, pela licença do Ibama. A Petrobras manteve a concessão em Foz do Amazonas e somente há poucas semanas obteve permissão para deslocar ao local a sonda que fará um simulado de vazamento de óleo. Trata-se de um exercício que precede a concessão da licença, que nesse estágio só é negada em caso de incapacidade flagrante na contenção de acidentes. Por óbvio, o progresso da Petrobras, após 12 anos de persistência, e o grande potencial que especialistas veem na região garantiram o interesse das petroleiras estrangeiras. Diante das incertezas de um mundo mergulhado em conflitos, que envolvem diretamente grandes produtores de petróleo, como Rússia e países do Oriente Médio, investir em novos campos é fundamental na busca de suficiência energética, mesmo em meio ao processo de transição para energias renováveis; até para financiar a transição, que tende a ser lenta e custosa.

O Brasil promoveu, em 2013, o leilão que ofertou blocos na Bacia de Foz do Amazonas e cujo imbróglio com o Ibama se arrasta até hoje. Será, no mínimo, uma leviandade repetir o embaraço nos blocos que acabam de ser concedidos pela ANP. É inquestionável a importância da avaliação dos impactos ambientais em uma atividade de alto risco como a de exploração de petróleo, mas é inaceitável que o exame dessas condições ultrapasse a barreira técnica para virar uma espécie de profissão de fé de ambientalistas mais preocupados com a repercussão midiática do que propriamente com a garantia da segurança da atividade. É urgente descobrir se estão na Margem Equatorial os reservatórios que evitarão a maior dependência do Brasil à importação de derivados de petróleo a partir de 2032, como prevê a Empresa de Pesquisa Energética (EPE). A Bacia de Campos, que foi o principal polo produtor, está em franco declínio, e a de Santos, que concentra o pré-sal, entrará em declínio até 2031. A de Foz do Amazonas é uma grande promessa, mas está emperrada.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira (25/06), que o governo quer pesquisar a existência de petróleo na Margem Equatorial da Foz do Rio Amazonas. Segundo o presidente, caso a presença seja confirmada, o combustível será tratado com "seriedade". Lula disse também que o uso do petróleo da Margem Equatorial será responsável por financiar a transição energética do Brasil e do mundo, abandonando o uso dos combustíveis fósseis. Nesta quarta-feira (25/06), o presidente Lula participou do evento "Combustível do futuro chegou: E30 e B15", realizado na sede do Ministério de Minas e Energia. No evento, o governo anunciou a elevação do percentual obrigatório de mistura de etanol na gasolina e do biodiesel no diesel. A mistura de etanol anidro na gasolina tipo C passará dos atuais 27% para 30% (E30), enquanto o porcentual mínimo obrigatório de biodiesel ao óleo diesel subirá de 14% para 15% (B15). Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.