25/Jun/2025
A São Martinho avalia que as projeções atuais para a safra 2025/2026 de cana-de-açúcar no Centro-Sul podem estar superestimadas, especialmente no que diz respeito à produção de açúcar. A expectativa hoje para o setor é moer 607 milhões de toneladas e produzir 42 milhões de toneladas de açúcar. Mas, ao analisar a forte seca que houve no verão, um período que deveria ser mais chuvoso, observa-se hoje, em média, uma quebra de pelo menos 10% no TCH [toneladas de cana-de-açúcar por hectare, com dificuldade de cristalização, o que compromete uma maior produção de açúcar. As estimativas parecem desafiadoras, para não dizer improváveis. Parte do otimismo do mercado é reflexo de uma "surpresa positiva" observada ao fim da safra passada, mas que não deve se repetir.
A crença de que o Centro-Sul entregará uma nova surpresa positiva de final de safra está cada vez mais improvável. Há perda no TCH justamente quando a produtividade deveria estar mais alta. E, quando chegar o final da safra, será quase impossível recuperar essa perda. Em visitas recentes a usinas referência em São Paulo, foi constatada uma produtividade média inferior a 70 toneladas por hectare. Além disso, o ATR (açúcares totais recuperáveis) também estaria muito abaixo do esperado, o que agrava o desafio de manter a rentabilidade na segunda metade da safra. O fato de muitas usinas estarem operando em plena capacidade pode passar uma falsa impressão de normalidade. Hoje, as usinas estão operando dentro da capacidade, 'enchendo' com o que têm. Isso dá uma falsa percepção de que tudo vai bem. Mas, na verdade, pode haver uma forte decepção. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.