23/Jun/2025

O Itaú BBA revisou para baixo na estimativa de produção de açúcar do Centro-Sul brasileiro para a safra 2025/2026, que agora deve atingir 40,8 milhões de toneladas, ante previsão anterior de 41,2 milhões de toneladas. Essa queda, combinada com ajustes em outros mercados, levou à redução, também, na previsão de superávit global da commodity, de 2,6 milhões de toneladas para 2,3 milhões de toneladas. O cenário brasileiro enfrenta desafios, apesar da recuperação esperada das safras na Ásia, com projeções climáticas construtivas para a produção no Sul e Sudeste Asiático e aumentos previstos de 18% na Índia, 12% no Paquistão e 8% na Tailândia.

Entre os pontos preocupantes está a baixa concentração de açúcar na cana-de-açúcar: até a segunda quinzena de maio, a safra apresenta 117,0 Kg de ATR por tonelada, uma queda de 4% na comparação anual. A estimativa foi revisada para 139,6 Kg ATR/t, observando que o clima não está ajudando na recuperação dessa variável, que é fundamental para a produtividade. Além disso, há relatos de usinas enfrentando quedas maiores que o esperado na produtividade agrícola. O Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) apontou uma redução de 16,6% na produtividade em abril ante igual mês do ano anterior.

Esse dado acende um ‘sinal amarelo’ de que possíveis revisões negativas da safra podem ocorrer nos próximos meses. Com a moagem estimada em 590 milhões de toneladas e um mix de açúcar de 52%, a revisão da produção do Centro-Sul deve influenciar o balanço global. A real intensidade desses problemas possivelmente será visível depois de agosto e o mercado precisará de mais informações para avaliar o cenário completo. Apesar das incertezas, nas últimas duas safras, o mercado foi surpreendido positivamente pela safra brasileira, deixando uma margem para possíveis ajustes futuros. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.