17/Jun/2025
O BTG Pactual avalia que os preços do açúcar podem estar próximos de um piso e que uma reversão pode estar no horizonte, com o potencial retorno de parte da produção brasileira ao etanol. Embora os fundamentos estruturais do mercado global de açúcar continuem positivos, a dinâmica recente dos preços se descolou da lógica histórica que regulava a oferta global do açúcar. Em média, o açúcar costumava ser negociado com um prêmio de cerca de 28% em relação ao etanol, refletindo principalmente os custos logísticos mais altos da exportação do açúcar em comparação à venda doméstica do biocombustível. Mas, essa lógica mudou nos últimos dois anos. Desde 2022, as usinas brasileiras operam no limite de sua capacidade de produção de açúcar, e, mesmo assim, os preços não responderam como no passado. Nesse cenário, usinas com maior capacidade de produzir açúcar vêm consistentemente superando suas concorrentes.
No entanto, o momento atual pode estar prestes a reverter essa tendência. Com os preços do açúcar nos menores níveis dos últimos quatro anos e o prêmio atual em torno de 24%, abaixo da média histórica, a equação pode começar a mudar, especialmente para usinas mais distantes dos portos, onde os custos logísticos pesam mais. Para essas unidades, pode voltar a fazer mais sentido redirecionar parte da produção para o etanol, especialmente em Estados que oferecem incentivos fiscais, como Goiás. Do lado financeiro, a posição especulativa no mercado futuro de açúcar está atualmente levemente vendida, o que indica ausência de apostas fortes em novas quedas. Com isso, o espaço para recuo adicional nos preços é limitado e uma migração mesmo parcial da produção para o etanol pode ser o gatilho para a recuperação das cotações. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.