05/Jun/2025
Segundo o Citi, o setor de etanol entrou em junho marcado por sinais de fraqueza na demanda, aumento da produção e arbitragem comprimida em relação ao preço do açúcar. Apesar da moagem acelerada e da recuperação da safra no Centro-Sul, os sinais comerciais sugerem um mercado mais cauteloso, pressionado por menor interesse comprador e pela queda nos preços do etanol diante da recente redução nos preços da gasolina pela Petrobras. No etanol, a oferta aumentou com o avanço da safra no Centro-Sul, especialmente após um início lento e chuvoso em abril. O destaque ficou para o etanol de milho, que atingiu 1,077 bilhão de litros (+28% em relação ao ano anterior), sustentado por maior disponibilidade do grão e melhor aproveitamento industrial na Região Centro-Oeste. Mesmo com estoques em níveis historicamente baixos, o menor para meados de maio desde 2019/2020, a maior produção exerceu pressão adicional sobre os preços, especialmente do hidratado.
Com a queda na competitividade do etanol nas bombas, reflexo direto da redução do preço da gasolina para R$ 2,85 por litro o preço da Petrobras para as distribuidoras a partir do dia 3 de junho, a participação do biocombustível na matriz do ciclo Otto recuou para 45,2%, com o etanol hidratado representando apenas 25,0%, quase 1% abaixo de igual período de 2024. Ao fim de maio, o etanol era competitivo em apenas seis Estados brasileiros, ante onze no ano anterior. A produção de açúcar se manteve sólida até maio, com usinas dando prioridade ao açúcar diante das margens ainda favoráveis de exportação. Mesmo com relatos iniciais de menor produtividade agrícola, o avanço operacional e o elevado teor de ATR (Açúcares Totais Recuperáveis) compensaram parcialmente o impacto, mantendo a estratégia açucareira nas usinas, ainda que com sinais de moderação entre aquelas com maior exposição ao mercado doméstico.
O mercado físico de açúcar permaneceu moderado, com os preços relativamente firmes, mas com prêmios sobre o etanol em queda significativa. A demanda da Ásia, liderada por China, Indonésia e países africanos, garantiu uma base mínima para as exportações brasileiras, mas não foi suficiente para impulsionar os preços. A oferta competitiva da Tailândia também limitou os ganhos no mercado físico, enquanto a Índia manteve-se fora do mercado importador. O cenário permanece de equilíbrio estrutural entre oferta e demanda. O banco projeta preços do açúcar bruto na Bolsa de Nova York a 19,00 centavos de dólar por libra-peso em três meses e 20,00 centavos de dólar por libra-peso em 12 meses, considerando condições climáticas normais. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.