29/May/2025
Os contratos futuros de açúcar fecharam em baixa nesta quarta-feira (28/05) na Bolsa de Nova York. O contrato com vencimento julho/2025 recuou 32 pontos (1,86%), e fechou a 16,90 centavos de dólar por libra-peso. Os preços caíram pela quarta sessão consecutiva, chegando ao menor valor em cerca de três anos e meio. O avanço do dólar diante do Real foi baixista, estimulando as exportações brasileiras. O movimento de queda tem sido motivado nas últimas semanas pelas expectativas de um superávit global robusto na temporada 2025/2026.
Segundo o relatório semestral do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgado no dia 22 de maio, a produção mundial de açúcar deve atingir um recorde de 189,3 milhões de toneladas na safra 2025/2026, crescimento anual de 4,7%, com um excedente global de 41,2 milhões de toneladas, alta de 7,5% sobre a safra anterior. Apesar do cenário de pressão, o mercado continua a monitorar os números da safra do Centro-Sul.
A produção de açúcar na primeira quinzena de maio deve atingir 2,29 milhões de toneladas, segundo pesquisa da S&P Global com 23 analistas, queda de 11,5% em relação ao mesmo período de 2024. O recuo está relacionado às chuvas intensas no fim de abril, que atrasaram a moagem e prejudicaram a qualidade da cana-de-açúcar. Mesmo assim, analistas veem fundamentos estáveis, e o setor aguarda os dados oficiais da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), que devem trazer dados mais concretos sobre a produtividade (ATR) e o direcionamento da cana entre açúcar e etanol.
Apesar do início mais lento da safra brasileira 2025/2026, a Hedgepoint destaca que o Índice de Saúde da Vegetação continua apontando para uma produção relativamente saudável. Parte dos números mais fracos da virada de safra se deve à colheita da cana mais afetada pelas condições adversas, com produtividade naturalmente menor. Enquanto o mercado espera por novos desenvolvimentos no maior exportador, os preços do açúcar não têm reagido devido à falta de notícias altistas. Os fundos mantêm posições vendidas e estáveis, e os movimentos recentes foram amplamente influenciados por fatores macroeconômicos.