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22/May/2025

Cerradinho projeta mais açúcar no mix 2025/2026

A Cerradinho Bioenergia se prepara para uma safra histórica em 2025, com o açúcar assumindo papel central em sua estratégia. Com a nova fábrica operando em plena capacidade, a empresa projeta elevar a participação do adoçante no seu mix de produção, aproveitando os preços internacionais favoráveis. Quando o açúcar remunera mais que o etanol de cana-de-açúcar, o foco da empresa naturalmente se volta para maximizar essa produção. Este movimento representa uma transformação significativa para a empresa que, há apenas duas safras, tinha o açúcar representando apenas 17% de sua receita. Com a planta de Chapadão do Céu (GO), essa participação deve saltar para 30%, trazendo maior equilíbrio ao portfólio da companhia. A flexibilidade operacional construída pela Cerradinho permite ajustes ágeis. A empresa tem capacidade de variar nosso mix desde 70% de açúcar até 100% de etanol, dependendo das condições de mercado.

O crescimento no segmento de açúcar marca o ponto final de um intenso ciclo de investimentos, que consumiu R$ 2,3 bilhões entre 2021 e 2024. Neste período, a empresa construiu sua fábrica de etanol de milho em Maracaju (MS), expandiu em duas fases sua capacidade de produção de açúcar e elevou a capacidade total de processamento para 13,8 milhões de toneladas de cana-de-açúcar equivalente. Foi concluído um ciclo transformador que mudou definitivamente o patamar da companhia, aumentando seu tamanho em 30%. Com os projetos concluídos, a Cerradinho entra agora em uma fase distinta: a de consolidação operacional. E, neste momento, a palavra de ordem é cautela. Diante do cenário de juros elevados e da necessidade de assimilar os pesados investimentos recentes, a empresa decidiu frear temporariamente novos projetos de expansão. No contexto atual, investir não é trivial.

O foco é extrair o máximo potencial dos ativos que a empresa já possui. Apesar de ter planos detalhados de expansão, incluindo a possibilidade de mais que dobrar a capacidade de moagem de milho em Maracaju (MS), de 610 mil para 1,4 milhão de toneladas, a liderança optou por uma pausa estratégica. Há projetos prontos, com engenharia concluída e licenciamento ambiental obtido. Mas, a execução dependerá da evolução do cenário macroeconômico. Novas decisões de investimento dificilmente serão tomadas antes de 2026. Enquanto consolida suas operações, a Cerradinho observa com atenção o crescimento do setor de etanol de milho no Brasil. Como pioneira neste segmento, a empresa mantém uma posição privilegiada, mas não esconde seu ceticismo em relação a alguns projetos anunciados por concorrentes. Com o custo de capital nos patamares atuais, a viabilidade de muitos desses empreendimentos não é tão óbvia quanto parece.

O mercado passará por um inevitável processo de seleção nos próximos anos, onde apenas projetos com escala adequada, localização estratégica e acesso a biomassa conseguirão se sustentar. Enquanto isso, a Cerradinho mantém sua posição de destaque, monitorando oportunidades, mas privilegiando a solidez operacional e financeira. Agora é o momento de fazer essa estrutura render plenamente. A empresa entrou em 2025 mais focada em eficiência do que em expansão. De acordo com os resultados financeiros do terceiro trimestre de 2024/2025, a Cerradinho moeu 4,8 milhões de toneladas de cana-de-açúcar nos nove primeiros meses da safra e 1,1 milhão de toneladas de milho. A produção de etanol estava em 842 milhões, com a produção de açúcar VHP, iniciada apenas em julho, em 141 mil toneladas. A empresa não divulgou guidance para a safra 2025/2026. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.