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16/May/2025

Biocombustíveis: empresas adiam investimentos

A XP Investimentos vê retração em investimentos em biocombustíveis em virtude da falta de previsibilidade em relação à rentabilidade dos projetos. O risco de recessão e a falta de previsibilidade futura quanto à rentabilidade das operações vai afetar sobretudo o setor de energia, sendo os combustíveis muito afetados por esse cenário. O setor de alimentos tende a ser mais resiliente nesse cenário, mais cíclico e com ciclos mais longos. Com um cenário de juros elevados, os projetos que estavam apenas no papel devem ser postergados. Quem já começou, vai continuar.

Há mais instabilidade no setor energético em relação ao setor de alimentos. Uma das incertezas dessa conjuntura é a continuidade das tarifas norte-americanas, o que pode levar o país a exportar menor volume de commodities e desenvolver bioenergia local para consumo dos excedentes de produção. O setor tem mais volatilidade e a falta de previsibilidade afeta mais. O etanol de milho ainda tem resultados positivos, é um projeto que se paga, mas tem volatilidade. No Brasil, pode haver ‘tempestade perfeita’ de etanol barato e milho caro, o que pressiona a margem do setor.

Nessa conjuntura, as empresas estão revisando investimentos. Não é o melhor ambiente para investir em um setor com custo de capital elevado e falta de previsibilidade. As empresas listadas na Bolsa, que passam por maior escrutínio do perfil de investimentos, têm retraído os investimentos. Já há revisões em projetos de ampliação de produção de etanol de milho pela São Martinho e congelamento de projetos em etanol de segunda geração pela Raízen. A mudança no ambiente macroeconômico e a elevada volatilidade leva as empresas a reavaliarem o capex.

Em cenário de incerteza e falta de previsibilidade, é melhor segurar mais caixa e ter menos dívida. Empresas que têm caixa e baixa alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda) ainda estão fazendo expansão. As mais alavancadas estão cortando investimentos. Aquelas que se aventuraram em outros ciclos estão em cenário mais crítico. Na conjuntura atual, a onda de recuperações judiciais (RJs) no agronegócio ainda não terminou. Isso é reflexo de má gestão, custo de capital elevado, alavancagem alta e operação cíclica. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.