14/May/2025
A StoneX manteve a estimativa de moagem de cana-de-açúcar para a safra 2025/2026 no Centro-Sul brasileiro em 608,5 milhões de toneladas, queda de 2,1% em relação ao ciclo anterior. A projeção, divulgada nesta terça-feira (13/05), aponta ainda para uma produção de 41,75 milhões de toneladas de açúcar, alta de 3,9% ante a safra 2024/2025 e a segunda maior da história da região, atrás apenas do recorde de 2023/2024. Parte da área queimada pelos incêndios em agosto e setembro de 2024, que totalizou quase 470 mil hectares, estava em fase de rebrota, com impactos sobre a colheita no novo ciclo. O impacto das queimadas se soma ao maior ritmo de renovação dos canaviais, reduzindo a área colhida para cerca de 7,79 milhões de hectares, 200 mil hectares a menos que no ciclo anterior. Mesmo com a melhora climática em abril, o tempo seco em março levou a uma revisão mais conservadora da produtividade agrícola.
O TCH (tonelada de cana-de-açúcar por hectare) foi ajustado para 78,1 toneladas por hectare, praticamente estável ante 77,8 toneladas por hectare de 2024/2025, mas abaixo das projeções anteriores. Com um mix açucareiro estimado em 51% e ATR (açúcares totais recuperáveis) médio de 141,2 Kg/t (+0,89%), a safra deve sustentar exportações de açúcar em torno de 32,6 milhões de toneladas entre maio e outubro, com forte impacto no fluxo global do produto no terceiro trimestre de 2025. Em sentido oposto, a produção de etanol deverá recuar 1,3%, atingindo 34,5 bilhões de litros. A queda é atribuída à menor moagem de cana e ao cenário de menor competitividade em comparação com a gasolina. A largada deste ciclo já se dá com uma paridade mais elevada em comparação com 2024/2025. A produção de etanol de cana-de-açúcar deve cair cerca de 2,1 bilhões de litros, enquanto a de etanol de milho deve crescer 1,6 bilhão de litros, impulsionada pela expansão de capacidade na Região Centro-Oeste.
A expectativa é que o volume produzido de etanol de milho alcance 9,8 milhões de m³, alta de 19,6% sobre a safra passada. O cenário de estoques também é de retração: os volumes de passagem devem recuar para níveis próximos à média entre os ciclos 2018/2019 e 2022/2023, refletindo a menor oferta do biocombustível. No Norte-Nordeste, a estimativa inicial é de uma moagem de 59,18 milhões de toneladas, crescimento de 3% frente ao ciclo 2024/2025. Apesar da melhora na produtividade (TCH de 62,8 toneladas por hectare), a queda no ATR (-5,3%) deve levar a uma produção de açúcar levemente menor, projetada em 3,75 milhões de toneladas. O etanol de cana-de-açúcar deverá cair 4,4%, para 2,18 bilhões de litros, afetado pelo menor ATR e pela concorrência do milho. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.