12/May/2025

Os contratos futuros de açúcar fecharam em alta na sexta-feira (09/05) na Bolsa de Nova York. O contrato com vencimento julho/2025 ganhou 28 pontos (1,60%), e fechou a 17,78 centavos de dólar por libra-peso. O petróleo em valorização seguiu impulsionando os preços do açúcar, uma vez que melhora a competitividade relativa do etanol. O dólar em leve recuo ante o Real ao longo do pregão da sexta-feira (09/05) também deu suporte, desestimulando as exportações brasileiras e reduzindo a oferta global momentaneamente. Dados de exportação divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) indicaram menor disponibilidade de açúcar do principal exportador global.

O Brasil embarcou 1,556 milhão de toneladas de açúcares e melaços em abril, uma queda de 17,7% na comparação anual. A receita obtida caiu 24,2%, enquanto o preço médio por tonelada recuou 7,9%. A redução nos embarques reflete tanto a menor produção quanto a acomodação nos preços internacionais. Entre outras questões, traders observam o desenvolvimento da moagem pelas usinas do Centro-Sul brasileiro, pela preocupação com a redução nos volumes devido às chuvas na região. Embora a expectativa seja de recuperação em maio, o impacto no balanço de oferta e demanda ainda está seno calibrado pelos operadores.

Por fim, a continuidade do impasse comercial entre Estados Unidos e China pode pesar sobre o apetite por commodities como o açúcar, embora o efeito tenha sido mais limitado nos pregões da semana passada. Além disso, no cenário internacional, as tensões geopolíticas entre Índia e Paquistão chegaram a ser citadas como gatilho para compras especulativas. O ataque da Índia em resposta a um atentado terrorista reacendeu lembranças de 2016 e 2019, quando movimentos semelhantes resultaram em valorização do açúcar. Por ora, no entanto, o impacto parece contido. Ainda assim, o mercado segue atento à Índia, que reduziu drasticamente suas importações do Brasil nos últimos meses, e mantém as exportações paradas.