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16/Apr/2025

Cana: nova variedade do CTC disponível nesta safra

O Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) apresentou nesta terça-feira (15/04) um conjunto de inovações que reforçam sua meta de dobrar a produtividade da cana-de-açúcar brasileira até 2040. Entre os lançamentos, há uma nova série de variedades de cana, a CTC Advana, voltada ao aumento do potencial produtivo. As novidades foram detalhadas durante o CTC Day, realizado na sua sede em Piracicaba (SP). Para integrar a série CTC Advana, as variedades precisam entregar pelo menos 10% a mais de produtividade em relação às principais referências disponíveis. O primeiro produto da série, o CTC Advana1, foi apresentado durante a visita técnica ao campo experimental.

A cultivar é indicada para ambientes de alto potencial produtivo e se destaca pelo porte ereto, alto teor de açúcar e facilidade de colheita. Nos ensaios comparativos realizados, a variedade teve 95% de vitória frente aos principais padrões do mercado. Na área de biotecnologia, o CTC anunciou a plataforma VerdPro2, voltada ao controle da broca-da-cana - principal praga do setor, responsável pela perda de até R$ 8 bilhões por ano, com tolerância a herbicidas. São mais de dez variedades em desenvolvimento. O CTC também avança em pesquisas para desenvolver resistência ao bicudo-da-cana, outra praga de alto impacto para o setor.

Outro ponto central da apresentação foi o projeto de sementes sintéticas, o que inclui um novo sistema de plantio desenvolvido pela companhia. O modelo de plantio da cana-de-açúcar pode ser transformado em algo mais simples, mais rápido e mais escalável. Isso aproxima de uma nova lógica de produção agrícola no País. Segundo o CTC, a planta demonstrativa para produção das sementes está em construção, com previsão de início das operações ainda em 2025. Parcerias com empresas como John Deere, Marchesan, Double TT e Civemasa já estão em andamento para o desenvolvimento de equipamentos específicos. A forma como é feito o plantio da cana-de-açúcar hoje atrasa a adoção de novas tecnologias.

A multiplicação vegetativa atual é lenta e encarece a renovação dos canaviais, obrigando os produtores a alongarem o ciclo produtivo e, com isso, freando ganhos de produtividade. Trata-se de um veículo 40 vezes mais leve e infinitamente mais simples do que o processo atual, em referência à tecnologia de plantio com sementes sintéticas que deve estar disponível aos produtores ainda nesta década. Foi destacado que a visão estratégica da companhia está estruturada em quatro pilares: mais potencial, mais proteção, mais rápido e mais adaptado, com soluções já em estágio avançado de desenvolvimento e implantação no campo. Em outubro de 2023, o CTC assumiu o compromisso público de dobrar a produtividade do canavial nacional até 2040.

A primeira variedade de cana-de-açúcar da plataforma CTC Advana, lançada nesta terça-feira (15/04), deve chegar ao mercado já nesta safra. A CTC Advana 1 está aguardando o registro da variedade. Então, a previsão é de que estará disponível nesta safra. Além da Advana, a empresa trabalha com a plataforma VerdPro2, que reúne um conjunto de 12 variedades em desenvolvimento, com foco na resistência à broca-de-cana e com tolerância aos herbicidas. As primeiras devem entrar no processo regulatório ainda nesta safra. E, claro, há um tempo regulatório. Mas, em breve, a VerdPro2 também estará disponível. Outra frente apresentada pela empresa foi o projeto de sementes sintéticas de cana-de-açúcar. A implementação agora depende do avanço do sistema de plantio. O CTC está com o protótipo de uma máquina.

É preciso evoluir para uma máquina de plantio. A primeira planta demonstrativa em construção deve ampliar a capacidade de testes dos atuais 5 hectares por ano para até 1 mil hectares. Isso será fundamental para fazer mais testes, com mais clientes, em diferentes ambientes e tipos de preparo de solo. O objetivo do CTC é que as três tecnologias (Advana, VerdPro2 e CTC Sementes) estejam integradas em um futuro próximo. Até o fim desta década, o cliente terá acesso às três tecnologias juntas. Ou seja, a semente terá a genética Advana, protegida pela VerdPro2, e com outras melhorias. Essa integração será fundamental para o plano mais ambicioso da empresa: dobrar a produtividade do canavial brasileiro até 2040.

O time de pesquisa estima que o ganho genético anual nos cruzamentos é de cerca de 3%. A combinação entre genética, biotecnologia e o uso de sementes pode acelerar a renovação dos canaviais, reduzindo ciclos de cinco para até quatro anos. O impacto econômico previsto é robusto. As iniciativas de pesquisa do CTC, que incluem desde as plataformas lançadas até soluções contra pragas, como o bicudo-da-cana, representam um mercado potencial de R$ 60 bilhões. Os R$ 60 bilhões englobam tudo: Advana, VerdePro2, sementes, irrigação, melhorias genéticas. O ritmo de adoção será determinante para atingir os objetivos. Para dobrar a produtividade do canavial brasileiro, isso precisa chegar logo às mãos do cliente. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.