08/Apr/2025
A Datagro avaliou que as novas tarifas de importação anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, inviabilizam a exportação de etanol brasileiro ao país. A nova taxação fará o produto perder competitividade no mercado norte-americano. Os Estados Unidos importaram 330 milhões de litros do biocombustível brasileiro em 2024, o equivalente a 16,4% das exportações do setor. Independentemente de a nova tarifa ser cumulativa ou substitutiva à atual alíquota de 2,5%, os Estados Unidos fecharam definitivamente a janela de importação de etanol.
Ainda assim, esse volume representa apenas 0,9% da produção total brasileira na safra 2024/2025, o que mitiga o impacto comercial direto. Esse excedente poderá ser redirecionado ao mercado doméstico, onde se discute o aumento da mistura de etanol anidro na gasolina de 27% para 30%, ou transformado em açúcar. Nesse caso, os 330 milhões de litros de etanol equivalem a cerca de 550 mil toneladas de açúcar, o suficiente para cobrir 12,5% do déficit global estimado para a safra atual. O cenário externo, por outro lado, pode se tornar mais favorável ao biocombustível brasileiro.
Os Estados Unidos exportaram um recorde de 7,4 bilhões de litros de etanol em 2024, sendo Canadá, Reino Unido, Índia, Colômbia, Coreia do Sul e União Europeia os principais destinos. Se esses países optarem por retaliar os Estados Unidos, é possível que abram espaço para fornecedores alternativos, entre eles, o Brasil. Há dúvidas quanto à continuidade de cotas preferenciais de acesso ao mercado norte-americano, como as destinadas ao açúcar. Para o açúcar, o Brasil detém uma cota de 156 mil toneladas no ano comercial de 2024/2025, cujo futuro permanece indefinido diante das novas regras comerciais. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.