08/Apr/2025

Segundo a Datagro, a Índia está muito próxima de cumprir integralmente sua meta de mistura de 20% de etanol na gasolina, originalmente prevista para 2026. Em fevereiro, o teor médio de mistura atingiu um recorde de 19,7%, ante 19,6% em janeiro e um salto expressivo em relação aos 13,4% registrados em igual mês do ano passado. Entre janeiro e fevereiro, a Índia consumiu em média 810 milhões de litros de etanol por mês, um crescimento de 44,1% em comparação ao mesmo período de 2023. Apesar dos desafios enfrentados na safra 2023/2024, quando o governo limitou temporariamente o uso de caldo de cana-de-açúcar e mel rico na fabricação de etanol, diante do temor de escassez de açúcar, o país tem mantido uma política de estímulo ao setor.

Entre as medidas adotadas estão linhas de crédito subsidiadas para construção e modernização de destilarias e a definição de preços mínimos para o etanol. Até 2014, a mistura média de etanol na gasolina era de apenas 1,5%. O país saltou para 10% em 2022 e agora está praticamente em 20%. A produção nacional também acompanhou esse avanço, mais que triplicando em cinco anos: passou de 3,02 bilhões de litros na safra 2020/2021 para 9,30 bilhões de litros previstos em 2024/2025. Apesar do protagonismo do setor canavieiro como motivador inicial do programa, são os grãos que dominam a matriz de produção. Os grãos respondem por 63,7% da produção de etanol prevista para 2024/2025.

Esse protagonismo tende a crescer com o lançamento do Esquema de Subvenção de Juros do Etanol, que incentiva a conversão de usinas de etanol de cana-de-açúcar para grãos durante a entressafra. O programa também oferece novas linhas de empréstimos com juros subsidiados. A vantagem competitiva dos grãos não se resume à oferta: a política de preços também favorece essa matéria-prima. Hoje, o etanol de milho é vendido por 71,86 rupias/litro (R$ 4,71/litro), enquanto o etanol produzido do caldo da cana-de-açúcar recebe 65,61 rupias/litro (R$ 4,30/litro). Na conversão para o equivalente em açúcar cristal no mercado doméstico, o etanol de milho se mostra mais vantajoso que qualquer outra rota, inclusive superior à paridade de exportação do açúcar em 13,2%. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.