08/Apr/2025
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, apresentou à Petrobras argumentos que justificariam na avaliação do governo a viabilidade para a redução de preços de combustíveis no Brasil. Dentre os argumentos apresentados pelo ministro, é mencionada a perspectiva do aumento da produção de petróleo pelos países membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, grupo conhecido como Opep+. Na semana passada foi anunciado que a produção no mês que vem seria elevada em 411 mil barris por dia (bpd). O grupo de países mencionou "fundamentos saudáveis" e uma "perspectiva positiva" do mercado. O petróleo está em queda no mercado internacional, também puxado pelo temor de uma recessão causada pelo "tarifaço" do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e consequentes retaliações de outros países.
O ministro Silveira fez uma argumentação à Petrobras baseada no cenário externo, reforçando o respeito à governança da companhia. Não foi apresentado um dado quantitativo de qual seria a redução nos preços considerada ideal para o governo. No Brasil, a cada dia o valor dos combustíveis nas refinarias fica mais caro em relação ao preço internacional, o que pode levar a Petrobras a reajustar principalmente o preço da gasolina, que está há 272 dias sem alteração. Uma eventual queda, porém, esbarra na alta do dólar, que se aproxima novamente dos R$ 6,00, refletindo a aversão ao risco por temor à recessão mundial. Em julho do ano passado, a gasolina teve aumento de R$ 0,20 por litro nas refinarias da estatal. Na sexta-feira (04/04), o preço no Brasil estava em média 5% acima do Golfo do México, de acordo com levantamento da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom).
No dia 1º de abril, a Petrobras reduziu o diesel em R$ 0,17 por litro, mas não mexeu na gasolina. Apesar dessa redução, o preço do diesel continua 5% mais caro no mercado internacional do que no Brasil. A queda de preços está arrastando para baixo também as ações da estatal. Nos polos de importação de Itacoatiara, no Amazonas, e Aratu, na Bahia, a gasolina estava com o preço 7% acima dos preços externos no fechamento de sexta-feira (04/04). Na média, o preço da gasolina está 5% mais caro do que no Golfo do México, usado como parâmetro para importação, o que poderia puxar uma redução de R$ 0,13 por litro no combustível. Em meados de março, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou que poderia baixar os preços caso os combustíveis no Brasil fiquem muito mais caros do que os patamares praticados no mercado internacional. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.