08/Apr/2025
A recente análise do BTG Pactual revela uma ampliação significativa na vantagem competitiva do etanol de milho em relação ao etanol de cana-de-açúcar na safra 2024/25. O custo de produção do etanol de milho reduziu 10,5%, passando de R$ 2,10 por litro em 2023/24 para R$ 1,88 por litro. Em contrapartida, o custo do etanol de cana aumentou 6,3%, elevando-se de R$ 2,22 para R$ 2,36 por litro no mesmo período. Essa diferença ampliou o diferencial de custo entre as duas fontes de produção de R$ 0,12 para R$ 0,48 por litro.
Expansão da Produção de Etanol de Milho
A competitividade do etanol de milho tem estimulado investimentos substanciais no setor. Atualmente, o Brasil conta com quase 30 usinas de etanol de milho em operação, além de 16 novas plantas em fase de implementação ou já autorizadas. Caso todos os projetos autorizados pela ANP sejam concluídos nos próximos dois anos, a capacidade de produção poderá aumentar em 11,2 bilhões de litros, mais que dobrando a oferta atual.
Projeções de Mercado
Espera-se que a participação do etanol de milho na produção nacional alcance 40% até 2030, dobrando em relação aos atuais 20%. Esse crescimento é impulsionado, em parte, pela perspectiva de aumento da mistura obrigatória de etanol na gasolina, de 27,5% para 30%.
Impacto na Segurança Alimentar
Apesar do aumento no uso de milho para produção de etanol, que deve atingir 19 milhões de toneladas na safra 2024/2025 (um salto significativo em relação aos 4 milhões de toneladas de cinco anos atrás), esse volume ainda representa apenas 15,1% da disponibilidade total de milho no país. Portanto, não há indicativos de que essa demanda comprometa a segurança alimentar nacional.
Conclusão
A crescente vantagem competitiva do etanol de milho sobre o de cana-de-açúcar, aliada aos investimentos em expansão da capacidade produtiva, posiciona o milho como um protagonista emergente na matriz energética brasileira. Essa tendência reflete uma adaptação estratégica do setor às dinâmicas de mercado, com potencial para redefinir o cenário do etanol no país nos próximos anos.
Fonte: Cogo Inteligência em Agronegócio.